Economia

Petrobras pode desinvestir US$10 bi até fim de abril, diz CEO

Segundo executivo, estatal teve grande melhora financeira, mas ainda está "muito aquém" de outras gigantes petroleiras

Roberto Castello Branco: presidente da estatal não detalhou os ativos que devem ser negociados nesse período (Sergio Moraes/Reuters)

Roberto Castello Branco: presidente da estatal não detalhou os ativos que devem ser negociados nesse período (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de março de 2019 às 11h48.

Última atualização em 15 de março de 2019 às 16h12.

A Petrobras poderá vender 10 bilhões de dólares em ativos nos primeiros quatro meses do ano, diante da realização de um programa de desinvestimentos muito mais agressivo que o anterior, afirmou nesta sexta-feira o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

O executivo não detalhou em sua fala os ativos que devem ser negociados nesse período.

Mas a empresa relançou na terça-feira um processo para permitir novos lances de interessados em sua rede de gasodutos TAG, um de seus principais ativos à venda, conforme publicado pela Reuters com informação de fontes.

A TAG já recebeu uma oferta avaliada em cerca de 8 bilhões de dólares de um grupo liderado pela francesa Engie.

A companhia também já anunciou neste ano a venda da refinaria de Pasadena, para a Chevron, do campo de Maromba, para a BW Offshore, e a conclusão da negociação de ativos de distribuição no Paraguai.

"Acredito que, nos primeiros quatro meses do ano, nós tenhamos realizado desinvestimentos de 10 bilhões de dólares e pretendemos fazer muito mais do que isso ao longo do tempo", disse Castello Branco, ao participar do seminário "Nova Economia Liberal", na Fundação Getulio Vargas (FGV).

"Talvez, em 12 meses, nós tenhamos três ou quatro vezes mais que esses 10 bilhões de dólares, tudo vai depender do mercado."

O executivo reiterou o foco principal da companhia nas atividades que trazem maior rentabilidade, que são a exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas.

Junto com os desinvestimentos, que buscam também desalavancar a empresa, Castello Branco pontuou seu objetivo de buscar redução de custos e melhor retorno para os acionistas.

Segundo ele, a Petrobras teve grande melhora financeira, mas ainda está "muito aquém" de outras gigantes petroleiras internacionais.

No seminário, que contou com atores importantes do governo brasileiro, incluindo o ministro da Economia, Paulo Guedes, Castello Branco voltou a defender a privatização de bancos estatais, assim como da Petrobras. No entanto, ponderou que isso não está na pauta.

"Já que não podemos privatizar, não temos mandato para isso, vamos transformar a Petrobras o mais próximo possível de uma empresa privada, que crie valor para seus acionistas e o principal acionista da Petrobras é a sociedade brasileira", afirmou.

Durante a fala, o executivo também pontuou, sem entrar em detalhes, que a empresa está trabalhando juntamente com o governo federal para mudar e aprimorar o ambiente de negócios para o gás natural no Brasil.

Segundo Castello Branco, a Petrobras será parte do setor, mas não tem a intenção de ser dominante, como atualmente.

O governo federal tem preparado uma reforma regulatória no setor de gás natural para aumentar a competição e reduzir custos, conforme publicado mais cedo nesta semana pela Reuters com informação de uma fonte.

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