Economia

Petrobras é a menos culpada pela alta dos combustíveis, diz EXAME/IDEIA

Nesta semana, a estatal reajusta o preço da gasolina e do óleo diesel. Presidente Jair Bolsonaro diz que estuda a possibilidade de privatização

Posto da Petrobras: aumento será sentido nas bombas (Gustavo Gomes/Bloomberg/Getty Images)

Posto da Petrobras: aumento será sentido nas bombas (Gustavo Gomes/Bloomberg/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 25 de outubro de 2021 às 18h49.

Última atualização em 26 de outubro de 2021 às 17h50.

Nesta terça-feira, 26, começa a valer um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel feito pela Petrobras. Para a maior parte da população, este aumento não é culpa da estatal. Segundo a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, 45% acham que a responsabilidade é do governo federal, 28% acham que é dos governos estaduais, 16% culpam o mercado internacional, e apenas 11% acham que é reflexo das ações da própria companhia.

A pesquisa EXAME/IDEIA ouviu 1.295 pessoas entre os dias 18 e 21 de outubro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Clique aqui para ler o relatório completo.

(Arte/Exame)

Maurício Moura, fundado do IDEIA, explica que esta percepção de que o governo federal tem mais responsabilidade pelo aumento nos preços dos combustíveis tem relação com a avaliação do presidente Jair Bolsonaro.

"Quem aprova o governo federal acha que a culpa é dos governadores e vice-versa. Este é um tema que é bastante polarizado, a responsabilidade do ponto de vista da opinião pública", diz. 

O número de brasileiros que avalia a gestão do presidente Jair Bolsonaro como ruim ou péssima é de 53%, segundo a EXAME/IDEIA. Quem acha o trabalho do presidente ótimo ou bom são 23%, e regular, 21%. O recorde de desaprovação foi registrado em julho, quando 57% avaliaram o governo negativamente.

Aumento e mercado internacional

De janeiro a setembro deste ano, o preço de revenda dos combustíveis teve um aumento de, em média, 28% no diesel, 32% na gasolina, e 27% no gás de cozinha, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

No aumento desta semana, a Petrobras reajusta o preço da gasolina nas refinarias em 21 centavos por litro, em média. Nas bombas, a estimativa é de que que o impacto seja de 15 centavos por livro. No caso do diesel, o aumento será de 28 centavos por litro, na refinaria, o que deve levar a uma alta de 24 centavos por litro, nas bombas dos postos.

Em nota, a Petrobras justificou os reajustes "para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras".

Atualmente, a política de preços da Petrobras atrela o preço interno às variações do valor do barril de petróleo no exterior. Com as constantes variações de câmbio, em decorrência de problemas de política interna, os reajustes têm sido frequentes. Além disso, como preço do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) é uma alíquota, mesmo que não haja mudança no tributo, ele sobe na nota fiscal de forma proporcional.

Na semana passada, a Câmara aprovou o projeto que estabelece um valor fixo para a cobrança de ICMS sobre combustíveis. O texto obriga estados e Distrito Federal a especificar a alíquota para cada produto por unidade de medida adotada, que pode ser litro, quilo ou volume, e não mais sobre o valor da mercadoria.

A proposta chegou nesta semana ao Senado e ainda depende de votação. Governadores se mobilizam para alterar o texto. O argumento é de que a mudança vai impactar em perda de arrecadação e afetar o caixa dos estados.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:CombustíveisEXAME/IDEIAGasolinaÓleo dieselPetrobras

Mais de Economia

China surpreende mercado e mantém juros inalterados

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi