Dinheiro: indicadores preliminares sugerem contração da economia no segundo tri, diz economista (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 17h03.
Brasília - O pessimismo do mercado registrado pelo boletim Focus, do Banco Central, "não é gratuito", na avaliação de Bruno Rovai, economista do Barclays.
Ele pondera que indicadores preliminares sugerem que pode haver contração da economia no segundo trimestre do ano, o que justifica as revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 e de 2015.
Na pesquisa que foi divulgada nesta segunda-feira, dia 16, a previsão de crescimento para o ano caiu de 1,44% para 1,24%.
Para o próximo ano, de 1,80% para 1,73%. Esses números podem cair ainda mais nas próximas semanas.
Parte das instituições financeiras ainda não revisou os dados. O próprio Barclays divulga na sexta-feira seu novo cenário.
Rovai explica que o elevado nível de estoques na indústria deve levar a uma desaceleração da produção como forma de corrigir o nível de excedentes.
Esse movimento explicaria a revisão, no Focus, da produção industrial para 2014, que caiu de 0,96% para 0,51%.
"Tem uma combinação de investimento mais negativo do que se esperava e consumo das famílias muito fraco. A acumulação de estoques, olhando para frente, sugere que a produção será ajustada", argumentou.
Segundo ele, se há atividade fraca, deveria ocorrer uma desaceleração maior no custo de vida e das expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas isso não tem ocorrido.
O IPCA para 2014 apresentou ligeiro recuo entre uma semana e outra, passou de 6,47% para 6,46%.
Para 2015, passou de 6,03% para 6,08%. Para Rovai, isso se explica, em parte, porque o "BC se mostrou confortável com a inflação rodando próximo do teto da meta", o que pode estar balizando as expectativas.