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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - A Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, realizada em março, apontou uma leve alta das previsões de 31 bancos relativas ao crescimento do País em 2010. Em fevereiro, o levantamento indicava que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria 5,3% neste ano, mas as instituições ouvidas reavaliaram as sua posições e apontaram para 5,5%.
A contrapartida ao aumento do nível de atividade é o incremento da inflação, segundo as instituições. A estimativa de que o IPCA subiria 4,6% neste ano foi substituída pela projeção de 5,1%. "Há uma avaliação geral de que a demanda agregada está aquecida, o que repercute numa taxa maior de PIB", ponderou o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg.
Por outro lado, se o aumento do consumo das famílias está ocorrendo, também avançam as expectativas de que a inflação deve superar o centro da meta de 4,5% para este ano em 0,6 ponto porcentual. Em função do movimento mais intenso de alta do IPCA, os bancos ouvidos elevaram as projeções de alta para a taxa Selic neste ano, que deve atingir 11,25% ao ano até dezembro, marca pouco superior aos 11% estimados em fevereiro.
Segundo o estudo, as projeções para o IGP-M também avançaram. Em fevereiro, a estimativa era de 5,1%. Neste mês, as instituições ouvidas subiram para 6,6% as avaliações.
Balança comercial
A Pesquisa Febraban apontou uma leve melhora do saldo da balança comercial para 2010 na comparação com estimativa feita em fevereiro deste ano, passando de US$ 9,5 bilhões para US$ 11 bilhões. Na avaliação do economista-chefe da Febraban, o resultado positivo pode estar relacionado à melhora dos termos de trocas internacionais do Brasil, que estão em boa parte vinculados ao desempenho das cotações das matérias-primas (commodities).
O avanço das exportações sobre as importações, contudo, não gerou uma alteração significativa no déficit de transações correntes para este ano. De acordo com o levantamento, este indicador apresentava um resultado negativo de US$ 49,8 bilhões em fevereiro e subiu um pouco em março, para um saldo negativo de US$ 50 bilhões. As reservas internacionais também não mostraram alterações expressivas, pois devem atingir US$ 251,2 bilhões em 2010, marca pouco superior aos US$ 251 bilhões previstos em fevereiro.