Economia

Pesquisa aponta quais são os países mais desiguais do G20

Brasil é o segundo país mais desigual do bloco, mas as políticas de combate à pobreza do país foram destaque no relatório da Oxfam

Contra os donos do dinheiro: protesto de ativistas durante a reunião do G20, na França (Christopher Furlong/Getty Images)

Contra os donos do dinheiro: protesto de ativistas durante a reunião do G20, na França (Christopher Furlong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 11h41.

São Paulo – O Brasil é o segundo país mais desigual entre os membros do G20, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Oxfam, organização voltada ao combate à pobreza.

De acordo com o estudo, a desigualdade cresceu em 14 dos países que fazem parte do clube dos mais ricos do mundo desde 1990.

“Muitos governos e responsáveis pela elaboração de políticas colocaram o crescimento econômico em primeiro plano e o interesse das pessoas pobres em segundo, permitindo que suas rendas caíssem mais ainda em relação aos que estão no topo e deixando para eles os custos do crescimento econômico, como a degradação ambiental”, disse a organização, em comunicado.

A pesquisa mostra que a desigualdade cresceu mais rapidamente na Rússia, China, Japão e África do Sul no período de 1990 a 2010. Países mais ricos, como Canadá, Reino Unido e Alemanha, também registraram aumento na desigualdade. Entre as economias emergentes, a Coréia do Sul foi a única que conseguiu reduzir as desigualdades.

“Contrariando o mito popular, uma maré econômica em alta não ergue necessariamente todos os barcos e pode, na verdade, afundar alguns deles”, afirmou Caroline Pearce, coautora do relatório, em comunicado à imprensa.

Embora o Brasil seja o segundo país mais desigual do bloco – com mais de 60% da renda concentrados nas mãos dos 10% mais ricos, perdendo apenas para a África do Sul –, o relatório elogia os recentes avanços do país no combate à pobreza.

O documento destaca que entre 1999 e 2009, cerca de 12 milhões de brasileiros saíram da pobreza, diminuindo a proporção de pessoas que vivem com menos de 1,25 dólar por dia para um em cada nove – contra um em cada 25 no passado.

Se o ritmo for mantido, na próxima década o país poderá reduzir a pobreza em mais 80%.

“Os destinos contrastantes das pessoas pobres no Brasil e na África do Sul – dois países com taxas de crescimento similares – mostram o papel crucial do governo para reduzir a pobreza e a desigualdade”, diz Pearce.

O relatório destaca ainda cinco políticas governamentais que podem ser adotadas para reduzir a desigualdade: transferência redistributiva de renda, saúde e educação universal, tributação progressiva, remoção de barreiras aos direitos e oportunidades iguais para as mulheres e reforma agrária.

 

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