Economia

Pesca ilegal é uma das principais ameaças ao setor, diz FAO

Pesca ilegal e outras práticas nocivas ameaçam a sustentabilidade do setor, segundo órgão da ONU


	Barco de pesca: relatório assinalou a importância do pescado como elemento nutritivo
 (Getty Images)

Barco de pesca: relatório assinalou a importância do pescado como elemento nutritivo (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 11h11.

Roma - A pesca ilegal e outras práticas nocivas ameaçam a sustentabilidade do setor que, em 2012, produziu 158 milhões de toneladas e forneceu quase 17% da ingestão de proteínas da população mundial, segundo afirmou nesta segunda-feira a Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO).

"A pesca ilegal, não declarada e não informada, continua sendo uma das principais barreiras que temos para conseguir a sustentabilidade na pesca", explicou à Agência Efe Carlos Fuentevilla, responsável pelo setor de pesca da FAO.

"Mas se está trabalhando forte para tentar solucionar este problema", acrescentou.

Apesar da advertência, a FAO reconheceu hoje em seu relatório bienal sobre a situação mundial da pesca e da aquicultura que em 2012 se detectou um descenso na sobre-exploração das espécies em liberdade.

"Atualmente, menos de 30% das povoações de peixes em liberdade controladas regularmente pela FAO estão sobre-exploradas, o que representa uma inversão da tendência e um sinal positivo na direção correta", segundo o relatório.

"Pouco mais de 70% é explorado dentro dos níveis biologicamente sustentáveis", afirmou o estudo.

Desta porcentagem, completou a FAO, "as povoações plenamente exploradas, ou seja, aquelas muito perto ou em sua produção máxima sustentável, representam mais de 60%, enquanto as povoações subexploradas são cerca de 10%".

O relatório assinalou a importância do pescado como elemento nutritivo, que fornece quase 17% da ingestão de proteínas da população.


"Um porcentagem que pode superar 70% em alguns países insulanos e litorâneos, como no leste da África, no sudeste asiático e nas ilhas do Pacífico", explicou o funcionário da FAO.

Segundo a organização, "a proporção da produção pesqueira utilizada pelos seres humanos para alimentação aumentou de cerca de 70% no anos 80 para um nível recorde de mais de 85% (136 milhões de toneladas) em 2012".

Além disso, em 2012, cada habitante consumiu em média 19 quilos de pescado ao ano, frente aos 10 quilos da década de 60.

A produção mundial da pesca e aquicultura em 2012 (158 milhões de toneladas) superou em 10 milhões o número de 2010.

De acordo com o documento, a pesca e a aquicultura empregaram em 2012 cerca de 60 milhões de pessoas, 84% delas na Ásia e 4% na América Latina, onde 8,8 milhões de pessoas trabalharam em ambas as atividades econômicas, segundo Fuentevilla.

"Se notou uma queda na quantidade de pessoas que se dedicam à pesca e à aquicultura em países desenvolvidos", afirmou.

Por isso, disse, apenas 647 mil pessoas trabalharam no setor na Europa em 2012.

A produção mundial de aquicultura alcançou um recorde histórico de mais de 90 milhões de toneladas em 2012, incluídas quase 24 milhões de toneladas de plantas aquáticas, e a China representou, segundo os dados da FAO, mais de 60% do total.

América Latina foi responsável por 2,6 milhões de toneladas, ou 3,85% da produção mundial, enquanto a União Europeia produziu quase 1,3 milhões de toneladas, 1,89% do total, disse Fuentevilla.

A FAO lembrou que o papel da pesca terá um lugar de destaque na 2ª Conferência Internacional sobre Nutrição, organizada conjuntamente pelo organismo e a Organização Mundial da Saúde (OMS), que acontecerá de 19 a 21 de novembro em Roma.

Acompanhe tudo sobre:AlimentosONUPescaSustentabilidadeTrigo

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado reduz para 4,63% expectativa de inflação para 2024

Lula se reúne hoje com Haddad para receber redação final do pacote de corte de gastos

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal