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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Auditoria independente aponta "fragilidade nos controles internos", "retenções técnicas sem identificação de documentos", "prática administrativa que impossibilita análise do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e liberação de escrituras", "tributos federais sujeitos a questionamentos" e outros problemas nas demonstrações contábeis da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), alvo de investigação da promotoria criminal.
A perícia, contratada pela própria Bancoop em cumprimento a acordo com o Ministério Público (MP), abrangeu o balanço patrimonial da cooperativa, relatórios de sobras e perdas, mutações do patrimônio líquido e fluxos de caixa referentes aos exercícios de 2005, 2006, 2007 e 2008. Fundada em 1996 por um grupo do PT, a Bancoop sofre uma devassa da 1ª Promotoria Criminal da capital paulista por suspeita de desvio de mais de R$ 100 milhões. A suspeita é de que parte desse dinheiro foi usado para financiar campanhas eleitorais.
Para o advogado Valter Picazio Jr., que defende 18 entidades de cooperados supostamente lesados por fraudes, a auditoria "é uma confissão da prática de ocorrências graves de gestão, temeridades administrativas".
"As contas relativas a todos esses exercícios foram aprovadas", rechaça Pedro Dallari, advogado da Bancoop. "Na medida em que uma empresa de auditoria examina o balanço e dá a sua aprovação é porque não constatou irregularidades, mesmo que possa fazer alguma recomendação ou ressalva". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo