Pessoa faz contas: apesar disso, o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar as contas ou dívidas atrasadas caiu - de 7,5% para 7,3% (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2012 às 13h07.
Rio de Janeiro - O percentual de famílias com dívidas chegou a 57,6% em julho, significando alta pelo segundo mês consecutivo, de acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada hoje (24) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em junho, o percentual era 57,3%.
Ainda assim, o número de famílias que relataram ter dívidas é menor em comparação a julho de 2011, quando 63,5% das famílias haviam declarado ter dívidas. A pesquisa considera como dívida cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros.
A pesquisa mostra, no entanto, que o percentual de famílias inadimplentes (com dívidas e contas em atraso) vem caindo desde o início do ano e recuou de 23,2%, em junho, para 21%, em julho. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar as contas ou dívidas atrasadas (no próximo mês e vão continuar inadimplentes) também caiu - de 7,5% para 7,3%.
Apesar da leve alta no número de endividados, a economista da CNC, Marianne Hanson, explicou que a pesquisa aponta tendência significativa de queda na inadimplência e de melhora na percepção da capacidade de pagamento, com redução na proporção de famílias sem condições de pagar as contas em atraso.
“A parcela que se declarava muito endividada caiu muito no primeiro semestre. As famílias se endividaram um pouquinho, mas isso não se refletiu na inadimplência. O endividamento em si não é um problema, se os consumidores estiverem pagando as dívidas.”
O estudo mostra que 14,1% dos entrevistados estão muito endividados em julho, percentual superior a junho (12,4%). Porém, menor em relação a julho do ano passado (17,8%). O aumento do número de endividados, entretanto, pode acabar limitando a queda dos inadimplentes, segundo a economista. “Precisamos observar como vai se comportar esse consumidor com taxas de juros mais baixas, incentivos fiscais e o mercado de trabalho ainda muito aquecido”, comentou.
Na faixa com renda inferior a dez salários mínimos, o percentual de famílias com dívidas teve leve alta, alcançando 58,6% em julho, ante 58,2% em junho. Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de endividadas passou de 49,9%, em junho, para 50,5%, em julho.
Apesar do aumento no número de famílias endividadas em ambas as faixas de renda, diminuiu as famílias com contas ou dívidas em atraso nas duas faixas avaliadas.
De acordo com a pesquisa, 71,8% das famílias endividadas apontaram o cartão de crédito como a principal dívida, seguido por carnês de lojas (19,4%) e o empréstimo pessoal (10,7%).
A pesquisa ouviu cerca de 18 mil consumidores em todas as capitais do país.