Economia

Pedidos de seguro-desemprego nos EUA caem, mas estagnação preocupa

Casos de coronavírus dispararam no país no mês passado, forçando autoridades no oeste e no sul a fechar empresas novamente ou a interromper reabertura

Donald Trump: pedidos de seguro desemprego foram melhores que a expectativa na semana, mas medo é de uma estagnação na retomada (ALEX EDELMAN/AFP)

Donald Trump: pedidos de seguro desemprego foram melhores que a expectativa na semana, mas medo é de uma estagnação na retomada (ALEX EDELMAN/AFP)

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Carolina Riveira

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 10h24.

Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 10h04.

O número de pessoas que pediram seguro desemprego nos Estados Unidos caiu na semana passada e terminou melhor do que as expectativas de analistas, o que mostra que menos pessoas perderam emprego e recorreram ao benefício. Ainda assim, o volume de pedidos permaneceu alto, sugerindo que o mercado de trabalho parou de crescer enquanto o país luta contra a alta de novos casos de covid-19.

Os novos pedidos de auxílio desemprego totalizaram 1,186 milhão em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 1º de agosto. Para esta semana, os economistas consultados pela Reuters previam um volume maior, de 1,415 milhão de novos pedidos.

Os números de pedidos também foram menores do que na semana anterior, que teve 1,435 milhão de pedidos. Os dados foram informados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos nesta quinta-feira, 6.

Ainda assim, os casos de coronavírus seguem disparando em todo o país, forçando as autoridades em algumas das áreas mais afetadas no oeste e no sul a fechar empresas novamente ou a interromper as reaberturas, mandando os trabalhadores de volta para casa.

Os pedidos de auxílio-desemprego já chegaram a um pico recorde de 6,867 milhões no final de março, um dos auges em demissões, mas foram diminuindo gradativamente desde então.

Os outros dados do emprego americano

Apesar de menos demissões, outras projeções sobre o mercado de trabalho mostram levantam preocupação sobre uma estagnação na economia americana.

A projeção é que sejam criadas em julho cerca de 1,5 milhão de vagas de trabalho, menos do que na onda de otimismo em junho, quando foram criadas 4,3 milhões de vagas. Naquele momento, parecia que o país estava em vias de controlar a covid-19 e o comércio começava a intensificar a reabertura.

A taxa de desemprego, que chegou a 14,7% em abril e 13,3% em maio, um recorde negativo, também foi reduzida para 11,1% em junho. Os números de julho ainda não foram divulgados.

Grupos da indústria chegaram a dizer que o benefício suplementar de 600 dólares a desempregados nos EUA estava encorajando os trabalhadores em licença e desempregados a não voltarem a trabalhar. Por isso, alguns economistas esperam que as reivindicações de seguro desemprego caiam ainda mais nas próximas semanas.

O benefício de 600 dólares terminou no fim da semana passada. Agora, está em debate no Congresso americano um novo pacote de 1 trilhão de dólares para auxílios, mas que não devem ser tão altos quanto o auxílio anterior.

Outros economistas, no entanto, esperam que os pedidos permaneçam elevados devido à demanda fraca e ao término do programa de proteção aos salários do governo, que concedia empréstimos a empresas que poderiam ser parcialmente perdoados se usados para pagamento de funcionários.

Casos de coronavírus nos EUA

Novos casos diários de coronavírus nos EUA:

Novos casos diários de coronavírus nos EUA, segundo compilado da Johns Hopkins University com base em dados oficiais: alta no último mês de julho (Johns Hopkins/Reprodução)

Seja como for, a retomada do emprego estará fortemente ligada ao controle da pandemia. Embora as infecções tenham diminuído cerca de 5% no país, aumentaram na semana passada em Oklahoma, Montana, Missouri e 17 outros Estados.

A crise de saúde pública está afetando a demanda por bens e serviços, ampliando as demissões para setores da economia que não foram afetados inicialmente quando negócios não essenciais, como restaurantes e bares, foram fechados em meados de março para diminuir a propagação da doença respiratória. As empresas também estão cautelosas quanto a contratações.

(Com Reuters)

 

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