Economia

Payroll: desemprego nos EUA cai para 3,8% em março

País abriu 303 mil vagas no mês passado, segundo dados do governo


Trabalhador de restaurante em Detroit (Spencer Platt/AFP)

Trabalhador de restaurante em Detroit (Spencer Platt/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 5 de abril de 2024 às 09h31.

Última atualização em 5 de abril de 2024 às 10h56.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos ficou em 3,8% em março, segundo dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho, divulgados nesta sexta, 5. Há 6,4 milhões de pessoas sem trabalho no país.

O valor é 0,1 ponto percentual menor do que no mês passado. Em fevereiro, a taxa de desemprego estava em 3,9%. Os dados mostram que o mercado de trabalho segue forte no país, e o nível de desocupação vem se mantendo estável, entre 3,7% e 3,9%, desde agosto do ano passado.

A abertura de novas vagas ocorreu com mais força nos setor de saúde, que abriu 72.000 novas vagas. Também vieram mais 71.000 postos no governo e 39.000 na construção civil.

A média salarial dos trabalhadores no país é de 34,69 dólares por hora, alta de 4,1% nos últimos 12 meses.

"O crescimento salarial foi de 4,1%, exatamente o valor esperado, o que significa que tanto a criação de vagas quanto os salários não apresentaram um crescimento relevante capaz de indicar uma retomada expressiva dos salários em meio à criação massiva de vagas. Essa ausência de crescimento salarial é importante, pois os salários em alta seriam a principal fonte de pressão inflacionária", analisa Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Os dados de emprego nos EUA, apelidados pelo mercado de "payroll", são considerados um dos principais termômetros da economia americana, e podem influir na decisão do Fed de como baixar a taxa de juros do país, atualmente no patamar de 5,25 a 5,50%.

Se o Fed entender que a economia segue bastante aquecida, pode optar por manter a taxa elevada por mais tempo.

O desemprego nos EUA está nos valores mais baixos desde os anos 1960. A taxa já vinha em queda na década passada, teve alta com a pandemia mas voltou rapidamente a um cenário abaixo de 4%.

Além dos 6,4 milhões de desempregados, há mais 5,4 milhões de pessoas que querem um emprego, mas não procuraram vagas nas últimas quatro semanas antes da pesquisa.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Desemprego

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês