Economia

Paulo Bernardo não vê necessidade de novas altas nos juros

Para ministro do Planejamento, a grande preocupação do BC é a inflação no país, que variou pouco

Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: preocupação reside na inflação que parece estar sob controle  (Antonio Cruz/ABr)

Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: preocupação reside na inflação que parece estar sob controle (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje (22) que não vê necessidade de um novo aumento da taxa básica de juros - Selic - por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Ele lembrou que a grande preocupação do BC é em relação à inflação no país, mas, em junho, o índice não variou e, na primeira prévia de julho, ficou em 0,09%.

"Isso significa que, de fato, a inflação voltou a patamares de controle", afirmou o ministro após participar do programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

Paulo Bernardo voltou a afirmar que a economia brasileira deve crescer cerca de 6,5% este ano, podendo chegar a 7%. "De forma alguma há descontrole. O Copom toma medidas de precaução, mas a tendência é acomodar essa situação [dos juros]", completou.

Ontem (21), o Copom elevou a Selic em 0,5 ponto porcentual, abaixo da expectativa de boa parte dos analistas econômicos, que esperava um aumento de 0,75%. Para o ministro, isso pode ser um indicativo de que o órgão já reconhece uma desaceleração do ritmo de crescimento da economia.

"A coisa melhorou muito. Vamos ter uma inflação ao redor de 5% [em 2010]. A economia, com o perdão da palavra, está bombando. Isso é muito bom porque significa emprego, dinheiro girando. Esse ano vai ser um ano para ser comemorado, em termos de resultado da economia", disse Paulo Bernardo.

Sobre o aumento do crédito imobiliário no país, o ministro descartou a possibilidade de ser uma "bolha" como a que foi registrada no mercado de imóveis dos Estados Unidos, e que estourou no início da crise financeira internacional. Ele lembrou que o crédito imobiliário brasileiro representa pouco mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Nos Estados Unidos, ultrapassa 70%. "Temos um espaço para crescer 12% ou 15% sem qualquer problema. Não há nenhum risco", garantiu.

Leia mais: Especialistas projetam mais uma alta de 0,5 ponto nos juros em setembro

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