Patriota disse que o FMI deve desempenhar seu papel "de maneira mais equilibrada, mais sintonizada com os desafios contemporâneos" (Cristiano Mariz/VEJA)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2011 às 15h16.
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu hoje (26) que os países emergentes tenham espaço na disputa pelo comando do Fundo Monetário Internacional (FMI), depois da renúncia do diretor-gerente, Dominique Strauss-Kahn. Segundo ele, a entidade deve compreender o novo contexto do cenário mundial e refletir ascensão dos países emergentes. A opinião do chanceler brasileiro foi uma reação à pressão da União Europeia para manter o comando do órgão com um representante dos próprios europeus.
“Estamos engajados na busca de consenso que prepare o FMI para desempenhar, de maneira mais equilibrada, mais sintonizada com os desafios contemporâneos, seu papel”, afirmou Patriota, em entrevista que contou com a presença da ministra dos Assuntos Exteriores e da Cooperação da Espanha, Trinidad Jiménez.
Anteontem (24), foi divulgado um comunicado assinado por Paulo Nogueira Batista (Brasil), Alexei Mojine (Rússia), Arvind Virmani (Índia), Jianxiong He (China) e Moeketsi Majoro (Lesoto, pequeno país encravado na África do Sul) que defende mais espaço para os países emergentes na disputa pelo comando do fundo. Para o Brics (acrônimo que representa os cinco países emergentes), é fundamental que o processo de sucessão seja transparente.
O assunto é tema também das reuniões que ocorrem hoje e amanhã (27), na França, com os países do G8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia). Paralelamente, os representantes dos países que compõem o Brics, reunidos na China, preparam um comunicado reiterando a defesa do aumento da participação dos emergentes no processo de sucessão do FMI.