Economia

Parlamento italiano aprova ambicioso plano de recuperação econômica

O plano do primeiro-ministro Mario Draghi, de seis anos de duração, no valor de 222,1 bilhões de euros e financiado pela UE, deverá reativar a economia, devastada pela pandemia

 (Arne Dedert/Getty Images)

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AFP

Publicado em 27 de abril de 2021 às 21h50.

O Parlamento italiano aprovou nesta terça-feira (27) por ampla maioria o ambicioso plano de recuperação econômica do país, elaborado pelo economista e primeiro-ministro Mario Draghi.

O plano, de seis anos de duração, no valor de 222,1 bilhões de euros e financiado pela União Europeia, deverá reativar a economia da península, devastada pela pandemia do coronavírus.

A iniciativa teve 442 votos favoráveis, 19 contrários e 51 abstenções entre os deputados, e à noite o Senado deu luz verde com 224 votos favoráveis, 16 contrários e 21 abstenções.

O governo italiano quer submeter seu plano à Comissão Europeia, em Bruxelas, no máximo até a sexta-feira.

Draghi, que chefia uma coalizão heterogênea da esquerda à direita, pediu a rápida aprovação para poder acessar o quanto antes os fundos europeus.

Com isso, respondeu às duras críticas da líder da extrema direita Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, que se absteve de votar e alegou que "não se pode aprovar um documento tão estratégico, de mais de 300 páginas, com apenas 24 horas para estudá-lo".

A Itália é o principal beneficiário do plano europeu de recuperação com 191,5 bilhões de euros em empréstimos e subvenções, o qual deve ser aplicado em menos de seis anos.

A essa quantia soma-se um fundo nacional de 30,6 bilhões de euros, graças a uma ampliação do déficit.

Para depois de 2026, o governo de Draghi programou gastos da ordem de 26 bilhões de euros, com o que os fundos totais chegam a 248 bilhões de euros.

"Trata-se de um desafio histórico para a Itália, que apenas acaba de começar", comentou Sergio Luciano, diretor da revista especializada Economy.

Entre as principais prioridades estão a renovação de boa parte de suas infraestruturas, que inclui construir ferrovias, autoestradas e inclusive portos.

"Não se trata apenas de planos e programas. É um investimento no futuro e nas novas gerações", disse Draghi.

A Itália quer fechar o abismo entre o norte desenvolvido e o sul pobre da península, entre homens e mulheres, e entre gerações, assim como acabar com a intrincada burocracia italiana e a lendária lentidão de sua justiça.

Outro desafio-chave será a transição econômica, os projetos de energia com hidrogênio, o desenvolvimento de fontes renováveis, assim como a digitalização.

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