Economia

Parlamento grego se pronuncia sobre propostas de Atenas

O Executivo de Tsipras entregou na noite de quinta-feira aos seus sócios da Eurozona um pacote de medidas

O premier grego, Alexis Tsipras: o Executivo de Tsipras entregou na noite de quinta-feira aos seus sócios da Eurozona um pacote de medidas (Angelos Tzortzinis/AFP)

O premier grego, Alexis Tsipras: o Executivo de Tsipras entregou na noite de quinta-feira aos seus sócios da Eurozona um pacote de medidas (Angelos Tzortzinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 10h48.

Atenas - O Parlamento grego se pronuncia nesta sexta-feira sobre as novas propostas de Atenas, que devem convencer, ao mesmo tempo, a ala esquerda do partido do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, os gregos que as rejeitaram em referendo e os credores do país.

O Executivo de Tsipras entregou na noite de quinta-feira aos seus sócios da Eurozona um pacote de medidas propostas, apenas duas horas antes do último prazo fixado à meia-noite.

A oferta, em um documento de 13 páginas, inclui medidas às quais a coalizão de esquerda radical Syriza, o partido de Tsipras, havia se oposto, e que o próprio povo grego rejeitou no referendo de domingo passado por mais de 60% dos votos.

Entre estas medidas figuram uma série de propostas para aumentar as receitas públicas que incluem o aumento do IVA e uma reforma das aposentadorias e da administração pública, tudo isso em troca do financiamento a três anos solicitado na quarta-feira ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE).

Segundo o texto das propostas publicado pelo governo, a Grécia deseja uma solução para pagar sua enorme dívida pública, que representa 180% do PIB, e "um pacote de 35 bilhões de euros" destinado ao crescimento.

"Enfrentamos decisões cruciais", disse Tsipras aos parlamentares, segundo a agência estatal ANA.

Em uma tentativa de evitar possíveis fissuras dentro de sua própria formação, Tsipras convocou os parlamentares a "permanecer unidos e firmes ante estas importantes decisões quando votarem".

Não se sabe como reagirão às propostas os credores da Grécia: o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia.

As instituições anunciaram que estudarão ainda nesta sexta-feira em uma conferência telefônica as propostas gregas, "para entregar uma análise conjunta" no sábado aos ministros das Finanças da zona do euro (Eurogrupo). Este Eurogrupo é realizado antes de uma cúpula extraordinária dos 28 países da União Europeia, no domingo em Bruxelas.

Com estas propostas sobre a mesa, os credores também poderão estimar o montante de ajuda a Atenas.

A Alemanha declarou que vê muito pouca margem de manobra para uma reestruturação da colossal dívida da Grécia, e se opõe a tudo o que "diminua de forma significativa o valor da dívida".

O ministro das Finanças, Wolfgang Schauble, enxerga "muito pouca margem de manobra para uma reestruturação, um reescalonamento ou outras coisas deste tipo", declarou seu porta-voz Martin Jager nesta sexta-feira em Berlim.

A Alemanha também se opõe a uma redução da dívida e a qualquer coisa que leve a "rebaixar de forma significativa o valor da dívida", disse.

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