Economia

Parlamento espanhol rejeita primeiro orçamento de Pedro Sánchez

Pedro Sánchez enfrenta protestos contra o seu governo e cresce a possibilidade de se antecipar as eleições legislativas

Espanha: o governo de Sánchez é minoritário no Parlamento, com apenas 84 deputados de 350 (Sergio Perez/Reuters)

Espanha: o governo de Sánchez é minoritário no Parlamento, com apenas 84 deputados de 350 (Sergio Perez/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 11h12.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 11h18.

Madri — O Congresso da Espanha rejeitou nesta quarta-feira os Orçamento de 2019 proposto pelo Executivo socialista, que governa em minoria, o que abre as portas para uma antecipação das eleições gerais.

Votaram contra, por motivos diferentes, os conservadores do Partido Popular, os liberais dos Ciudadanos e os partidos independentistas catalães ERC e PDeCAT, enquanto socialistas, Unidos Podemos (esquerda) e os nacionalistas bascos apoiaram o projeto orçamentário.

A Câmara pediu a devolução do projeto do Executivo por 191 votos, com 158 contra e uma abstenção.

A rejeição pode derivar em uma antecipação eleitoral que, de qualquer forma, corresponde ser anunciada pelo presidente do Governo, o socialista Pedro Sánchez, após vários dias de especulações nos veículos de imprensa sobre possíveis datas para as eleições.

Após a votação, Sánchez saiu do Congresso sem fazer declarações sobre uma eventual antecipação eleitoral apesar da insistência dos jornalistas.

A vice-presidente do Governo, Carmen Calvo, reconheceu recentemente que a legislatura, que deveria terminar em junho de 2020, poderia ser encurtada se o Orçamento não fosse aprovado no Parlamento, como ocorreu hoje.

Longe de se concentrar apenas em questões econômicas, o debate orçamentário girou em torno de assuntos políticos, fundamentalmente a situação da região autônoma da Catalunha, governada pelos independentistas, que exigem o reconhecimento do "direito de autodeterminação".

O ERC e o PDeCAT argumentaram que o Governo não avança com mesas de diálogo que resolvam o que denominam de "conflito" político na Catalunha e pediram mais investimentos estatais nessa comunidade autônoma em função de sua importância no Produto Interno Bruto espanhol.

Conservadores e liberais, que exigem eleições antecipadas, rejeitaram as contas porque acreditam que estão pactadas com os independentistas catalães, aumentam o gasto público sem propor ingressos críveis e levarão a economia espanhola a um maior endividamento.

Esta é a segunda vez que o Orçamento Geral do Estado é rejeitado na democracia espanhola.

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