Economia

Paris e Berlim entram em disputa pelos negócios de Londres

Após Brexit, grandes cidades dos 27 países restantes do bloco estão intensificando seus esforços para conquistar os negócios de Londres


	Brexit: "não sejamos ingênuos. Estamos em uma competição e precisamos estar à disposição das empresas e de seus funcionários”, disse o premiê francês
 (Neil Hall / Reuters)

Brexit: "não sejamos ingênuos. Estamos em uma competição e precisamos estar à disposição das empresas e de seus funcionários”, disse o premiê francês (Neil Hall / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2016 às 16h07.

A região de Paris está enviando cartas aos executivos britânicos. Políticos alemães pagaram por outdoors em Londres para promover Berlim. Dublin planeja uma campanha publicitária e Milão quer ser o lar do órgão regulador bancário da Europa.

Menos de duas semanas depois que o Reino Unido decidiu, em referendo, deixar a União Europeia, grandes cidades dos 27 países restantes do bloco estão intensificando seus esforços para conquistar os negócios de Londres, há tempos o centro financeiro dominante da região.

“Precisamos manter a elegância: o Reino Unido é uma grande nação e nosso amigo”, disse o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, a uma plateia formada por financistas, em Paris, na quarta-feira.

“Mas não sejamos ingênuos. Estamos em uma competição e precisamos estar à disposição das empresas e de seus funcionários”.

As declarações ressaltam uma visão generalizada de que, independentemente de as empresas e os executivos estarem ou não preparadas para mudar, os governos precisam tentar atrai-los ou correrão o risco de verem os empregos irem para outros lugares. Nos mercados, a queda da libra para um novo patamar, US$ 1,28, menor valor em 31 anos, reflete o pessimismo em relação às perspectivas de curto prazo para o Reino Unido.

Proposta de Dublin

Em Dublin, os irlandeses se preparam para uma campanha publicitária na Europa e nos EUA. A iniciativa não fará referência explícita ao Brexit, mas destacará as vantagens do país, como o fato de os negócios serem fechados em inglês.

De forma similar, a região de Paris começou a se preparar muito antes de os britânicos irem às urnas. Valérie Pécresse, chefe do governo regional, enviou cartas a 4.000 executivos de empresas de todos os tamanhos exaltando as vantagens da capital francesa.

Listando de tudo, desde a localização e a infraestrutura até a mão de obra qualificada e os serviços de nível internacional, a carta defende que as empresas mudem suas operações para a região francesa.

No distrito financeiro de Londres, na terça-feira, um caminhão foi visto com uma publicidade com a frase “Dear start-ups, Keep calm and move to Berlin” (“Caras startups, mantenham a calma e mudem-se para Berlim”). Políticos franceses e alemães têm debatido sobre se Frankfurt ou Paris deveriam assumir os negócios de compensação de euros de Londres.

Menor vizinho da França, Luxemburgo deu início neste mês a uma campanha promocional de grande escala para seduzir estrangeiros a irem “fazer sua carreira no distrito financeiro de Luxemburgo”.

Na Itália, enquanto o primeiro-ministro Matteo Renzi tenta encontrar uma solução para a crise bancária do país, a cidade de Milão busca tornar-se sede da Autoridade Bancária Europeia.

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