Alckmin: ' a nossa disposição é sempre a de colaboração' (Leandro Fonseca/Exame)
Redatora
Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 16h22.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2025 às 17h03.
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, disse que é preciso esperar uma definição sobre as tarifas que o presidente Donald Trump avalia impor sobre as importações de aço e de alumínio, que poderão afetar o Brasil. "É uma parceria de dois séculos e é uma colaboração mútua. É um ganha-ganha”, disse Alckmin a jornalistas nesta segunda-feira, 10.
Ele relembrou o passado de parceria comercial equilibrada entre os países. "Nós exportamos 40,2 bilhões de dólares para os Estados Unidos em itens de valor agregado como aviões e automóveis e eles exportam para nós até um pouco mais: 40, 5 bilhões de dólares. Eles até têm um pequeno superávit sobre o Brasil”, ressalta.
“Da outra vez que isso foi feito teve cotas. Então, vamos aguardar. A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria e benefício das nossas populações”, terminou Alckmin.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo, 9, que irá impor 25% de tarifas sobre importações de aço e alumínio a todos os países a partir desta segunda, 10. No entanto, ainda não está claro como e quando isso será implantado na prática.
"Todo o aço que vier para os Estados Unidos terá uma tarifa de 25%. Alumínio, também", disse Trump, durante conversa com jornalistas a bordo do avião Air Force One.
Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do metal para os EUA, atrás apenas do Canadá. No acumulado do ano, o país vendeu 4,08 milhões de toneladas, representando 15,5% de tudo que os Estados Unidos compraram de fora. Segundo o governo americano, o montante equivaleu a US$ 2,99 bilhões.
Para que as novas tarifas entrem em vigor, elas precisam ser oficializadas por uma ordem executiva ou alteração nas regras comerciais do país, geralmente chamadas por lá de "seções", pois são divisões de leis e acordos mais amplas, como o Trade Act, de 1974.
Até a publicação desta reportagem, Trump não havia divulgado nenhuma ordem oficial para confirmar a imposição de tarifas. Quando isso for feito, ficará claro como e quando as medidas entrarão em vigor.
A agenda oficial do presidente para esta segunda traz apenas um evento público: a assinatura de ordens executivas às 15h (hora de Brasília). Não foi informado a que temas essas ordens se referem.
Em outras ocasiões, como quando anunciou tarifas contra o México, China e Canadá, Trump demorou para assinar a ordem executiva sobre o tema. Ele ficou dias dizendo que as tarifas entrariam em vigor em 1º de fevereiro, mas só assinou a ordem no próprio dia 1º, no fim da tarde, e determinou que as medidas entrassem em vigor três dias depois, em 4 de fevereiro.
No entanto, as tarifas contra México e Canadá foram adiadas até 4 de março após um acordo. Os países vizinhos tomaram medidas para reforçar a segurança na fronteira e assumiram mais alguns compromissos.
Já as tarifas contra a China, de 10%, entraram em vigor no dia 4. Em resposta, a China impôs tarifas de 10% a 15% em uma série de produtos dos EUA, que passaram a valer nesta segunda, 10.