Economia

Parasita, AI-5 e domésticas na Disney: as falas mais polêmicas de Guedes

Declarações do ministro da Economia foram alvo de críticas durante o primeiro ano de administração no governo Bolsonaro

Paulo Guedes: ministro disse que fala sobre empregadas domésticas na Disney foi retirada de contexto (Alan Santos/PR/Flickr)

Paulo Guedes: ministro disse que fala sobre empregadas domésticas na Disney foi retirada de contexto (Alan Santos/PR/Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 18h16.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 10h48.

São Paulo — Um dos principais integrantes do governo Bolsonaro e o responsável pelo plano econômico da gestão, o ministro Paulo Guedes tem entrado nos noticiários pelas frases polêmicas neste um ano e dois meses à frente do ministério da Economia.

Na última quarta-feira (12), após o câmbio bater recordes consecutivos e chegar a R$ 4,35, Guedes elogiou a valorização do dólar e disse que quando a moeda estava a R$ 1,80, todos viajavam para o exterior. "Empregada doméstica indo para a Disney direto, uma festa danada", afirmou.

Após críticas negativas na imprensa e redes-sociais, o ministro tentou justificar a situação alegando que falava como alguém "egresso da academia", que gosta de ilustrar as falas com exemplos. Ele também afirmou que o comentário não tinha viés pejorativo e foi tirado de contexto.

"Parasita"

No dia 7 de fevereiro, Guedes recebeu críticas ao afirmar, enquanto falava sobre a reforma administrativa, que funcionários públicos viraram "parasitas" diante de um Estado "hospedeiro". No evento da FGV, o ministro criticava características do funcionalismo público como a estabilidade e a aposentadoria.

“O funcionalismo teve aumento 50% acima da inflação. Além disso, tem estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara (servidor) virou um parasita. O dinheiro não chega no povo e ele (servidor) quer reajuste automático", disse o ministro.

Logo em seguida, com a repercussão negativa, o economista pediu desculpas aos servidores públicos e disse que seu objetivo “jamais foi ofender as pessoas que cumprem seus deveres”.

AI-5

Declarações sobre a ditadura militar no Brasil também são parte das críticas recebidas pelo ministro. Em novembro de 2019, Guedes comentou uma fala do deputado Eduardo Bolsonaro sobre a volta do Ato Institucional nº 5 (AI-5) caso a "esquerda radicalizasse".

Em concordância à declaração do filho do presidente, o ministro disse que era irresponsável chamar alguém para a rua para "fazer quebradeira".

"Não chama ninguém para quebrar nada na rua. Este é o recado para o Brasil inteiro. Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5", disse.

Pobreza, meio ambiente e Brigitte Macron

O chefe da equipe econômica também gerou polêmica no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Em seu discurso no evento, o ministro brasileiro afirmou que "o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer".

Já em outra situação envolvendo o cenário internacional, Guedes se indispôs com o presidente da França, Emmanuel Macron, ao apoiar um comentário do presidente Jair Bolsonaro sobre a primeira-dama francesa.

Durante um evento em Fortaleza com líderes e empresários para discutir sobre a crise de incêndios na Amazônia, o ministro apoiou um comentário feito por Bolsonaro em uma rede-social em que debochava da beleza de Brigitte Macron.  Guedes afirmou: "ela é feia mesmo, não é nenhuma mentira", arrancando risadas de uma plateia de empresários locais.

Após repercussão negativa deste episódio, Guedes afirmou ter "pisado na jaca como um brasileiro típico" e que fez "uma brincadeira de profundo mau gosto".

Acompanhe tudo sobre:DitaduraEmmanuel MacronPaulo GuedesReforma Administrativa

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês