Economia

Paraná vê área crescente em início de plantio de trigo

Previsão para plantio de trigo do Paraná foi elevada para 845,7 mil hectares em estimativa realizada ao final de março


	Colheita de Trigo: atual projeção indica uma recuperação de 9 por cento no plantio, na comparação com a safra anterior
 (Johanna Leguerre/AFP)

Colheita de Trigo: atual projeção indica uma recuperação de 9 por cento no plantio, na comparação com a safra anterior (Johanna Leguerre/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2013 às 13h50.

São Paulo - O governo do Paraná revisou para cima a sua projeção de plantio de trigo, em estágio inicial no Estado, e provavelmente a área plantada com o cereal este ano será maior em comparação com as primeiras estimativas, disse nesta segunda-feira o coordenador da Divisão de Estatística do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura.

Em estimativa realizada ao final de março, o Deral elevou a previsão para plantio de trigo do Paraná, um dos maiores produtores do cereal do Brasil, para 845,7 mil hectares, ante 825 mil hectares na projeção de fevereiro.

A atual projeção indica uma recuperação de 9 por cento no plantio, na comparação com a safra anterior, quando os produtores paranaenses deixaram de plantar trigo em várias áreas em função do preço abaixo dos custos de produção.

"É capaz de ter mais revisões para cima em relação à estimativa para o trigo. Se o preço do trigo se mantiver, é capaz que área aumente mais no sul do Estado", disse o coordenador de estatísticas do Deral, Carlos Hugo Winckler Godinho.

Neste ano, os preços do trigo tiveram recuperação ante 2012, e isso permite uma maior competição por área com o plantio de milho na segunda safra.

Segundo o agrônomo, o ajuste no plantio em relação à previsão de fevereiro se deveu a um pequeno crescimento do plantio no norte do Estado, em áreas onde houve um atraso na semeadura do milho, além de crescimento maior do que esperado no sul do Estado.


Considerando uma normalidade climática, o Paraná poderia produzir neste ano 2,5 milhões de toneladas de trigo, ou 500 mil toneladas de trigo a mais na comparação com a temporada passada, quando a área foi historicamente pequena e houve adversidade climática, como seca e geada em determinadas áreas.

A safra só não deverá crescer mais neste ano porque há limite na oferta de sementes, acrescentou o agrônomo do Deral.

"O produtor já tinha se programado, ele já fez a aquisição de sementes, as sementes mais demandadas no Estado já estão acabando", disse Godinho.

As cotações do cereal estão mais altas neste ano no Brasil, em função da quebra de safra no Mercosul no ano passado, principalmente, o que até levou o governo brasileiro a isentar de tarifa uma cota de 1 milhão de toneladas para a importação de trigo de fora do bloco comercial sul-americano. Tal medida vigora a partir desta segunda-feira, até julho.

O preço do trigo pago ao produto do Paraná no ano está um pouco abaixo de 40 reais por saca em média no Estado, ante 28,60 reais por saca na média do ano passado, segundo dados do Deral.

Apesar do estímulo para plantar, o Paraná ainda está distante dos mais de 1 milhão de hectares que semeou anteriormente.

Com a área atual, o Estado ainda pode produzir menos trigo que o Rio Grande do Sul este ano. Fala-se que os gaúchos poderão plantar o mesmo patamar de 900 mil hectares de 2012 ou até aumentar a área, segundo o agrônomo do Deral.

"É bem provável que passem a gente, a não ser que aconteça como no ano passado", disse Godinho, referindo-se a problemas climáticos para safra do Rio Grande do Sul, que levaram o Estado a produzir menos que o Paraná, algo em torno de 1,8 milhão de toneladas.

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