Economia

Paralisação nos EUA completa 17 dias e ameaça prejudicar economia

Governo Trump, que não previa uma paralisação de longo prazo, reconheceu apenas nesta semana a amplitude do impacto

Paralisação do governo dos Estados Unidos já entra em seu 17º dia (Thomas Peter/Reuters)

Paralisação do governo dos Estados Unidos já entra em seu 17º dia (Thomas Peter/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 09h17.

Última atualização em 7 de janeiro de 2019 às 11h10.

Washington - Com a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos entrando no 17.º dia, o presidente Donald Trump foi a Camp David neste domingo, 6, para se reunir com sua equipe de governo e tratar da segurança da fronteira e outros tópicos. Pela primeira vez, assessores da Casa Branca reconheceram à imprensa americana que a série de interrupções em agências federais ameaça prejudicar a economia.

Economistas e altos funcionários da Casa Branca disseram no domingo ao Washington Post que se a paralisação se estender até fevereiro ameaça congelar o vale-alimentação de 38 milhões de americanos de baixa renda e inviabilizar o pagamento de US$ 140 bilhões em restituições de impostos.

O governo Trump, que não previa uma paralisação de longo prazo, reconheceu apenas nesta semana a amplitude do impacto. As autoridades disseram que estavam concentradas agora em entender o alcance das consequências.

Milhares de programas federais são afetados pela paralisação, mas poucos causam tanto prejuízo à população quanto o sistema tributário e o Programa de Assistência Suplementar à Nutrição do Departamento de Agricultura (USDA, na sigla em inglês), responsável pela distribuição de "cupons de alimentação", vales dados à população de baixa renda. A paralisação parcial cortou novos recursos para o Departamento do Tesouro e para o USDA.

Os cortes potenciais nos cupons de alimentos e a suspensão das restituições de impostos ilustram as consequências combinadas de deixar grandes partes do governo federal sem financiamento - um cenário que se tornou mais provável na sexta-feira, quando Trump disse que deixaria o governo fechado por "meses ou até anos".

A reunião deste domingo ocorreu um dia depois que o vice-presidente Mike Pence, altos funcionários da Casa Branca e assessores do Congresso terminaram uma reunião sem acordo para o impasse. Pence voltou a se reunir no domingo com congressistas democratas e com assessores da Casa Branca para tentar encontrar uma solução para a crise, mas sem resultado.

Trump exige a liberação pelo Congresso de US$ 5,6 bilhões para construir um muro ao longo da fronteira com o México, mas os democratas que controlam a Câmara dos Deputados aprovaram nesta semana um projeto de lei orçamentária para reabrir o governo sem fornecer financiamento para o muro.

Trump diz que não assinará a medida até receber o dinheiro. Com os dois lados mantendo suas posições, um quarto do governo federal está paralisado há duas semanas.

Falando a repórteres em frente à Casa Branca no domingo, Trump novamente levantou a possibilidade de declarar uma emergência nacional e disse que pode fazê-lo "dependendo do que acontecer nos próximos dias". Em uma tentativa de forçar os democratas a um acordo, Trump disse que está considerando declarar uma emergência para começar a construção do muro na fronteira com o México. Especialistas afirmaram à imprensa americana que há dúvidas sobre a legalidade da manobra.

A maior paralisação do governo americano até hoje durou 21 dias, entre 5 de dezembro de 1995 e 6 de janeiro de 1996. (Com agências internacionais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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