Economia

Para vice da Ford, país terá novo ciclo automotivo

Se desde 2004 o mercado crescia a taxas de dois dígitos, a partir de agora o aumento deve ser bem mais modesto


	Ford: vice-presidente de Relações Governamentais e Assuntos Corporativos para a América do Sul da Ford disse que vendas de veículos neste anos podem não chegar ao nível de 2012
 (Mira Oberman/AFP)

Ford: vice-presidente de Relações Governamentais e Assuntos Corporativos para a América do Sul da Ford disse que vendas de veículos neste anos podem não chegar ao nível de 2012 (Mira Oberman/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 16h01.

São Paulo - O vice-presidente de Relações Governamentais e Assuntos Corporativos para a América do Sul da Ford, Rogelio Golfarb, disse nesta quinta-feira, 12, que acredita no início de um novo ciclo do setor automotivo do Brasil.

Se desde 2004 o mercado crescia a taxas de dois dígitos, a partir de agora o aumento deve ser bem mais modesto. Golfarb afirmou esperar para 2014 um avanço entre 1% e 2%.

Em evento da montadora de encerramento do ano, na capital paulista, Golfarb disse que é precipitado fazer projeção com variáveis em aberto, como a nova taxa do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o tributo será mantido até 31 de dezembro e que, após essa data, haverá reajuste.

O dirigente da Ford afirmou também que é preciso esperar a definição sobre a implantação de air bag e ABS. Mantega disse nesta quarta-feira, 11, que o governo poderia adiar a entrada em vigor da medida que obrigaria, a partir do próximo ano, que 100% dos carros fabricados no Brasil tivessem esses itens de segurança.

Golfarb afirmou que "ainda é cedo" para analisar o impacto das novas taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), anunciadas ontem. "Vamos esperar dezembro e a definição dessas variáveis para fazer projeções", disse Golfarb.

Cenário

Golfarb disse, durante seu discurso no evento, que as vendas de veículos neste anos podem não chegar ao nível de 2012. A explicação, segundo ele, está na maior cautela do setor financeiro na liberação de crédito.

O dirigente da Ford afirmou também que existe um descolamento entre o volume de vendas e a produção por três razões: substituição de importados, principalmente devido ao programa Inovar-Auto, exportação de automóveis e o alto nível de estoques.

Como prevê um novo ciclo para o mercado automotivo - ainda de crescimento, porém bem mais modesto -, Golfarb mostrou preocupação de que haja ociosidade nas fábricas em razão dos altos investimentos anunciados pelas montadoras no Brasil recentemente.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoEmpresasEmpresas americanasFordIndústriaIndústrias em geralMontadorasVendas

Mais de Economia

“Qualquer coisa acima de R$ 5,70 é caro e eu não compraria”, diz Haddad sobre o preço do dólar

“Não acredito em dominância fiscal e política monetária fará efeito sobre a inflação”, diz Haddad

China alcança meta de crescimento econômico com PIB de 5% em 2024

China anuncia crescimento de 5% do PIB em 2024 e autoridades veem 'dificuldades e desafios'