Trem passa por instalações do Porto de Santos: expectativa com investimentos envolvendo concessões de projetos de infraestrutura podem trazer impacto para a economia (Andrew Harrer/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2013 às 18h13.
São Paulo - O crescimento acima das expectativas da economia brasileira no segundo trimestre muda pouco a estimativa de desempenho de médio prazo para o país, segundo especialistas do setor financeiro.
Segundo Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de política monetária do Banco Central e sócio da Mauá Investimentos, o PIB do período foi beneficiado por efeitos sazonais. Por isso, a Mauá reduziu a projeção para o terceiro trimestre, de alta de 0,1 por cento para queda de 0,4 por cento.
Para Figueiredo, a expectativa com investimentos envolvendo as concessões de projetos de infraestrutura podem trazer impacto para a economia, mas só a partir da segunda metade de 2014.
"Não serão suficientes para mudar o jogo, mas são a boa notícia no meio das notícias ruins que temos visto", disse ele a jornalistas durante o 6o Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou pela manhã que economia brasileira cresceu 1,5 por cento no segundo trimestre ante os primeiros três meses deste ano, acima da expectativa do mercado, que esperava avanço de 0,9 por cento.
Para a sócia da consultoria Galanto Monica Baumgarten de Bolle, o resultado foi bom, mas não pode ser usado como referência para traçar perspectivas futuras.
"O segundo semestre está descolado do primeiro", disse ela, para quem a economia do terceiro trimestre até o momento está parada.
Clovis Meurer, presidente da entidade que representa a industria de private equity, ABVCap, disse à Reuters que o cenário segue difícil porque o governo terá de fazer ajustes na política econômica.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou pela quarta vez seguida a taxa básica de juros do país, que passou de 8,5 para 9 por cento, para tentar conter a alta da inflação.