Economia

Para presidente do BC, será lenta a retomada do crescimento

Segundo Tombini, há um conjunto de fatores que favorece o retorno do deslocamento da inflação em direção do centro da meta em 2013


	Notas de Real: na avaliação de Tombini, medidas adotadas pelo governo reduzirão os custos de produção e aumentarão a competitividade da economia brasileira
 (SXC.hu)

Notas de Real: na avaliação de Tombini, medidas adotadas pelo governo reduzirão os custos de produção e aumentarão a competitividade da economia brasileira (SXC.hu)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 13h53.

Brasília – A retomada do crescimento econômico, embora mais lenta que o previsto, irá se materializar em ambiente de inflação sob controle. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, hoje (11).

Segundo Tombini, há um conjunto de fatores que favorece o retorno do deslocamento da inflação em direção do centro da meta em 2013. Cabe ao BC, perseguir a meta de inflação, que tem como centro 4,5% e margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre janeiro e novembro de 2012, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 5,01%. A expectativa do mercado financeiro é que o IPCA feche o ano em 5,58% e 2013 em 5,4%, acima do centro da meta.

Para o presidente do Banco Central, um dos fatores que deve contribuir para ter inflação menor em 2013 é o reajuste do salário mínimo menor do que o deste ano. “A importante redução no ritmo de crescimento desse parâmetro deve contribuir para suavizar a dinâmica dos salários de um modo geral, com repercussões sobre os custos de produção, sobretudo nos segmentos intensivos em mão de obra”, disse.

Tombini acrescentou que os ganhos salariais do setor público nos próximos três anos serão moderados. “Para a economia como um todo, antecipam-se variações salariais mais condizentes com os ganhos de produtividade”, disse.


Ele citou perspectivas para os próximos semestres que apontam moderação na dinâmica dos preços de ativos reais e financeiros. “Em particular, como temos afirmado, nosso regime de câmbio flutuante [taxa de câmbio definida pelo mercado] não deve ser visto como um incentivo para apostas que exacerbam a sua volatilidade [oscilações]”, acrescentou.

Na avaliação de Tombini, medidas adotadas pelo governo reduzirão os custos de produção e aumentarão a competitividade da economia brasileira.

Outro fator citado por Alexandre Tombini para balizar a expectativa de que a inflação irá convergir para o centro da meta é a expansão do crédito às pessoas físicas “em ritmo mais alinhado ao crescimento da renda disponível das famílias”. Por último, ele citou que o “frágil cenário internacional” ajuda a reduzir a inflação no Brasil.

O presidente do BC destacou que, em sua avaliação, a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, no atual patamar de 7,25% ao ano, “por tempo suficientemente prolongado” é a estratégia mais adequada para levar a inflação para o centro da meta.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoInflaçãoMercado financeiro

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1