Economia

Para presidente do BC, Brasil foi "razoavelmente bem" no biênio 2020-2021

Campos Neto destacou que grande parte dos pares emergentes já está próxima do nível pré-pandemia

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2021 às 12h57.

Última atualização em 30 de novembro de 2021 às 13h15.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que o Brasil se saiu "razoavelmente bem" no biênio 2020-2021. Em evento organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Campos Neto destacou que a grande parte dos pares emergentes já está próxima do nível pré-pandemia.

"Quando a gente junta o biênio 2020-2021, o Brasil se saiu razoavelmente bem, com uma queda de 4,1%, uma queda bem menor do que a média, uma recuperação, eu diria, perto da média em 2021. E, quando a gente olha 2022, começa a ver as condições estruturais de crescimento no pós-pandemia, o Brasil volta a ficar atrás e têm tido algumas revisões para baixo", ponderou Campos Neto.

Durante o evento da Febraban, o presidente do BC afirmou que a baixa da taxa básica de juro, a Selic, para 2% ao ano em 2020, se justificava diante das incertezas do cenário macroeconômico naquele momento. "Iniciamos um processo de alta [de juros], até surpreendemos em algumas reuniões. Eu acho que é importante a gente entender que em 2020, a gente não sabia o que iria acontecer", disse ele durante a apresentação. "Fizemos um ajuste colocamos muito dinheiro em circulação, e agora fizemos um novo ajuste [de alta de juros]", afirmou ele, que não fez sinalizações sobre futuros ajustes na Selic.

No comunicado da última reunião, o Copom sinalizou que pode elevar em mais 1,5 ponto percentual a taxa básica de juro na última reunião de 2021. Hoje, a Selic está em 7,75% ao ano.

Inflação

O presidente do Banco Central afirmou ainda que, embora a inflação do Brasil seja a segunda maior entre países emergentes, os núcleos, excluindo alimentos e energia, no país estão em linha com os pares.

Segundo Campos Neto, a inflação de energia é um tema particular no país, que foi impactado pelo aumento dos preços de commodities em meio a um processo de desvalorização cambial. O recente aumento dos preços de serviços no Brasil era esperado, na esteira da reabertura da economia, segundo o presidente do BC.

Para Campos Neto, parte do problema global da inflação se deve à avaliação feita mundialmente de que a pandemia jogaria os países em uma depressão em 2020. A resposta adotada globalmente, com fortes transferências de renda e estímulo monetário, fez com que essa depressão fosse convertida em uma recessão, disse.

Com o estímulo fiscal, a demanda por bens não foi reduzida pelo aumento da demanda por serviços com a reabertura da economia, disse Campos Neto.

  • Juros, dólar, inflação, BC, Selic. Entenda todos os termos da economia e como eles afetam o seu bolso. Assine a EXAME 
Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraFebrabanRoberto Campos Neto

Mais de Economia

Volta do horário de verão pode aumentar faturamento de bares e restaurantes em 15%, diz associação

Receita Federal abre programa para regularização de bens no Brasil e no exterior

Exclusivo: secretário da Prêmios e Apostas, Regis Dudena, é o entrevistado da EXAME desta sexta

China surpreende mercado e mantém juros inalterados