Economia

Para onde vai a taxa Selic? BC sinaliza novo corte de 0,5 p.p em setembro

Membros do Copom sinalizaram que na próxima reunião, marcada para 19 e 20 de setembro, a tendência é de novo corte na taxa Selic

Banco Central: O colegiado informou que a melhora do cenário permitiu acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo de corte de juros (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Banco Central: O colegiado informou que a melhora do cenário permitiu acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo de corte de juros (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 10h05.

Apesar da decisão dividida do Comitê de Política Monetária (Copom) na terça-feira, 2, os diretores do Banco Central (BC) afirmaram, de forma unânime, que na próxima reunião do colegiado, marcada para 19 e 20 de setembro, o corte de juros deve ser novamente de 0,5 ponto percentual, o que levaria a Selic para 12,75% ao ano.

A decisão dos diretores do BC era aguardada pelo governo, em que pese parte dos assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva torcia por uma queda maior, de 0,75 ponto percentual.

O colegiado informou que a melhora do quadro inflacionário, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo de corte de juros.

Como ficou a taxa Selic?

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu na terça-feira, 2, os juros em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.

Porque o Copom reduziu a taxa Selic em 0,5 pp

No comunicado divulgado ontem, o BC informou que os diretores também discutiram a possibilidade de reduzir os juros em apenas 0,25 ponto percentual, mas avaliaram que seria melhorar um corte de 0,5 ponto percentual.

"O Copom avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juro para 13,50%, mas considerou ser apropriado adotar ritmo de queda de 0,50 ponto percentual nesta reunião em função da melhora do quadro inflacionário, reforçando, no entanto, o firme objetivo de manter uma política monetária contracionista para a reancoragem das expectativas e a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante. A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", informou o BC, em comunicado.

O que significa a taxa Selic?

A taxa Selic é a taxa básica de juros no Brasil, ou seja, aquela que vai nortear todos os demais juros, tanto para quem recebe, quanto para quem paga. Ela é importante para quem realiza algum empréstimo ou financiamento em alguma instituição financeira e também para quem está investindo.

O Banco Central possui um sistema conhecido como Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, onde acontecem as compras e vendas de títulos públicos, e se utiliza a taxa Selic para nortear qualquer operação.

É justamente o nome desse sistema que faz a taxa básica de juro no Brasil ser conhecida como Selic. Quando nos referimos à negociação de títulos públicos no sistema do BC, se tratam de operações de empréstimo de curto prazo que são feitas entre instituições, que por sua vez, tem como garantia esses títulos.

O que acontece quando a taxa Selic cai?

A taxa Selic serve como parte estratégica de combate à inflação no Brasil, e de uma série de medidas de política monetária adotadas pelo Banco Central na tentativa de manter a economia do país estável.

Alguns membros do Banco Central fazem parte do Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reúne para discutir e adotar metas para tentar arrefecer a inflação no Brasil, conforme o cenário que se tem no momento. Assim, a taxa Selic é novamente definida por um determinado período.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralRoberto Campos NetoJurosSelic

Mais de Economia

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética

Boletim Focus: mercado reduz para 4,63% expectativa de inflação para 2024