Economia

Para Morales, banco do BRICS acabará com neocolonialismo

Presidente boliviano disse que o mundo necessitava de uma nova organização mundial financeira

Presidente da Bolívia, Evo Morales, acena após encontro do BRICS e da Unasul (Sergio Moraes/Reuters)

Presidente da Bolívia, Evo Morales, acena após encontro do BRICS e da Unasul (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 20h26.

Brasília - Ao comentar a criação do banco do BRICS, o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quarta-feira, 16, que o mundo necessitava de uma nova organização mundial financeira.

Segundo ele, o que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial faziam "era como chantagear o governo, como submeter o governo a um marco de uma política neoliberal".

"Estou certo que no futuro esse novo banco de desenvolvimento acabará com as políticas de neoliberalismo e neocolonialismo", afirmou, ao deixar a reunião de cúpula do BRICS e países da América do Sul, que aconteceu no Palácio do Itamaraty.

O presidente do Uruguai, José Mujica, mostrou-se reticente sobre o início da atuação do Banco do BRICS, criado ontem em Fortaleza durante cúpula do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

"Os bancos são uma vaca que come muito até começar dar leite. Pode ser que em 2016, 2017 tenha algo, mas é bom", afirmou, ao sair da segunda parte da cúpula nesta quarta-feira, 16, em Brasília.

Quando questionado se a nova instituição financeira seria uma alternativa ao Banco Mundial, Mujica disse considerar a atuação das duas instituições complementares.

"Acredito que quanto mais alternativas, melhor. O mundo financeiro é imprevisível, e a insegurança e volatilidade atuais são terríveis", afirmou.

O presidente do Uruguai criticou a necessidade de acumulação de reservas internacionais como "colchão" para reagir a crises financeiras.

"Meu país é muito pequeno, tem um PIB de US$ 50 bilhões e uma reserva de US$ 18 bilhões. Isso é um disparate! Por que temos isso?", questionou.

"Porque amanhã podemos ter um desastre e precisamos de uma lona para nos cobrir. Por isso, temos esse capital parado", respondeu.

Sobre a reestruturação da dívida argentina, afirmou que é preciso criar outro mecanismo para tratar do assunto.

"Querem comer um pedaço de uma vaca morta", afirmou, completando que sabia de cor o discurso que Cristina Kirchner fez no encontro de hoje. "Já ouvi três ou quatro vezes", afirmou.

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