Economia

Para Meirelles, "agora não é momento para errar"

Ideia é que as novas medidas que serão anunciadas amanhã tenham "efeitos plurianuais e impactos permanentes"; ministro quer "agir com rapidez, mas segurança"

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles: (Nacho Doce/Reuters)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles: (Nacho Doce/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de maio de 2016 às 16h04.

São Paulo – Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, confirmou que deve anunciar as primeiras medidas fiscais do governo Temer amanhã.

Elas terão entre seus eixos o controle de despesas primárias e financeiras, combater a ineficiência do gasto público e ênfase no desempenho dos serviços públicos.

A ideia é que as novas medidas tenham "efeitos plurianuais e impactos permanentes".

Ele diz que como "agora não é momento para errar", pretende "agir com rapidez, mas segurança".

As declarações foram dadas no evento "Fórum VEJA: o Brasil que temos e o Brasil que queremos", realizado na manhã desta segunda-feira (23), em São Paulo.

"Estamos no sétimo dia útil de governo e às vezes parece que foram anos", disse Meirelles, repetindo seu mantra: "vamos devagar que estou com pressa".

O ministro disse que o processo de ajuste fiscal começa com "um controle rígido de despesas", mas no longo prazo será "viabilizado por uma arrecadação crescente e por um país que esteja crescendo".

Sua estimativa é que se nada fosse feito, a dívida pública em relação ao PIB passaria dos atuais 66% para algo próximo de 80% nos próximos anos, quase o dobro da média nos países emergentes, de 44%.

Ele disse que estimar o déficit fiscal foi um "trabalho duríssimo" feito com "realismo fiscal" mesmo que ainda tenha "doses de incerteza".

Na última sexta-feira (20), o ministro anunciou uma previsão de R$ 170,5 bilhões de déficit neste ano, quase o dobro do estimado pelo governo anterior.

Seu diagnóstico do problema é que no passado, "houve uma expansão sem precedentes do gasto público com envolvimento concomitante com outros fatores desorganizadores como concessão de privilégios e intervenção de preços".

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