Economia

Para MCM, IBC-Br consolida avaliação de queda do PIB

Segundo economista-chefe da MCM, evolução do IBC-BR consolida a avaliação de que o PIB no terceiro trimestre deve apresentar queda entre 0,3% e 0,5%, na margem


	Dinheiro: o economista-chefe da MCM, Fernando Genta, estima que PIB subirá 2,2% neste ano
 (Getty Images)

Dinheiro: o economista-chefe da MCM, Fernando Genta, estima que PIB subirá 2,2% neste ano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 15h39.

São Paulo - A modesta alta de 0,08% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em agosto ante julho sugere que o indicador deve subir 0,5% em setembro, afirmou nesta quarta-feira, 16, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista-chefe da consultoria MCM, Fernando Genta.

Segundo ele, essa evolução do IBC-BR consolida a avaliação de que o PIB no terceiro trimestre deve apresentar queda entre 0,3% e 0,5%, na margem.

De acordo com Genta, essa faixa de retração do PIB entre julho e setembro deve ser provocada por uma baixa de 1,1% do PIB industrial, na margem, afetado em boa parte pela formação de estoques no segundo trimestre.

A agropecuária deve ter recuo de 4,3% no mesmo período, em comparação especialmente por causa dos fortes resultados registrados em todo o primeiro semestre deste ano. Já os serviços devem apresentar uma elevação modesta de 0,5%, enquanto os investimentos devem exibir uma contração de 1%.

Segundo o economista-chefe da consultoria MCM, tanto a retração do setor manufatureiro quanto da Formação Bruta de Capital Fixo devem ser influenciadas de forma expressiva pela queda na confiança de consumidores e empresários, o que teria como um dos fatores as manifestações populares por melhores serviços públicos em várias capitais ocorridas em junho.

Para o quarto trimestre de 2013, Fernando Genta trabalha com um cenário um pouco melhor para o nível de atividade, o que deve levar o PIB para uma alta de 0,8% em relação aos três meses anteriores. E isso deve ocorrer em função de alguns elementos: o PIB industrial deve ter alta de 1,1%, em grande medida pelo desempenho mais favorável do setor extrativo mineral, especialmente na área de petróleo.

Outro fator importante deve ser uma queda menor da agropecuária entre outubro e dezembro ante a que deve ser observada no terceiro trimestre, com contração de 1% no último trimestre deste ano. "Esses dados sugerem que a economia terá duas velocidades no ano", destacou.

"No primeiro semestre, cresceu a um ritmo de 4,3% em termos anualizados, enquanto no segundo semestre a dinâmica foi bem menor, pois deverá ser de apenas de 0,6%, na mesma base de comparação", apontou.

Em função desse quadro de intensa desaceleração da demanda agregada no segundo semestre do ano, Genta acredita que o Banco Central elevará os juros só mais 0,25 ponto porcentual na reunião que será encerrada no dia 27 de novembro.

Ele estima que o PIB subirá 2,2% neste ano. "Com um nível de atividade fraco, a Selic deverá ficar parada em 9,75% até o fim do próximo ano", projetou.

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