Mansueto Almeida: "O Brasil hoje é credor em dólar, quando o dólar sobe, a dívida líquida cai" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de maio de 2018 às 17h40.
Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que a volatidade que vem sendo registrada no câmbio nos últimos dias é de curto prazo.
Questionado se o Tesouro Nacional tem planos de agir conjuntamente com o Banco Central para controlar a desvalorização do real, Almeida destacou que este é um assunto da autoridade monetária.
"O Banco Central está lidando com isso, tem instrumentos para lidar com isso. Por enquanto não preocupa. O Tesouro e a equipe econômica sempre conversa com o BC, mas questão de câmbio e taxas de juros é do BC", afirmou, após reunião com a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Almeida ressaltou que a desvalorização das moedas locais está acontecendo em vários países emergentes e que o dólar está se valorizando em relação a todas as moedas, inclusive o euro. O secretário fez questão de frisar que a situação vivida pelo Brasil hoje é muito diferente de momentos de estresse anteriores, como na crise cambial de 2002.
Ele citou as reservas internacionais acumuladas pelo País e o baixo déficit em conta corrente.
"O Brasil hoje é credor em dólar, quando o dólar sobe, a dívida líquida cai. Ao contrário do histórico do Brasil dos últimos 50 anos, em que normalmente as crises brasileiras sempre estiveram ligadas ao balanço de pagamentos, nossa posição externa hoje é muito forte", afirmou Mansueto Almeida.