Economia

Para Ipea, sinal ficou "bem amarelo" para o cenário de investimentos

Pesquisador afirma que cenário se deteriorou pelo desempenho da atividade econômica do início do ano, pela alta no dólar e pela incerteza política

Investimentos: órgão informou que Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) avançou 1,5% em abril ante março (Scyther5/Thinkstock)

Investimentos: órgão informou que Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) avançou 1,5% em abril ante março (Scyther5/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2018 às 18h28.

Rio - O sinal para o cenário de investimentos em 2018 ficou "bem amarelo" após a trajetória positiva vista até abril, na avaliação de Leonardo Mello de Carvalho, pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Mais cedo, o órgão informou que Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) avançou 1,5% em abril ante março. Em relação a abril de 2017, o avanço no índice do Ipea foi de 13,1%.

No primeiro trimestre, a FBCF avançou 0,6% ante o quarto trimestre de 2017, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao divulgar os dados do PIB, no último dia 30.

Para Carvalho, o cenário para os investimentos no resto do ano se deteriorou por três motivos principais. Em primeiro lugar, o desempenho da atividade econômica no início do ano frustrou as expectativas, em movimento que já vinha desde abril. Em segundo lugar, se a mudança para patamares mais elevados na cotação do dólar se confirmar, o investimento ficará "mais caro".

Por fim, o terceiro motivo é a elevação da incerteza política. Segundo Carvalho, tanto a greve dos caminhoneiros quanto a falta de clareza no cenário eleitoral, com aumento de chances de um candidato de perfil populista ser eleito, lançam dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas, o que contribui para minar a confiança dos agentes econômicos.

"O sinal está bem amarelo", disse Carvalho, após reconhecer que o "cenário se deteriorou". Segundo o pesquisador, além dos investimentos, o aumento da incerteza atinge também as decisões de compra de bens duráveis por parte das famílias. "Em relação à compra de duráveis e aos investimentos, os agentes levam em conta as expectativas", completou Carvalho.

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