Na sequência da apresentação, o ministro ainda aumentou sua projeção: "O Brasil pode crescer 3%, 3,5%, 4% por dez anos (Andre Borges/Bloomberg/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de outubro de 2022 às 12h42.
Última atualização em 19 de outubro de 2022 às 15h22.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, previu nesta quarta-feira, 19, que, se o crescimento da economia doméstica continuar pelo próximo bimestre, a expansão do País será superior à da China. De acordo com ele, que acabou de voltar de encontros do Banco Mundial (Bird) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, há um reconhecimento do bom desempenho do País.
"Nossa inflação caiu de 12,5% para 5,5% neste ano e a deles subindo, há desorganização do mercado na Inglaterra, greve na França, estagflação nos EUA. O Brasil possivelmente está crescendo mais do que a China. Se crescermos nos próximos dois meses, passamos a China também", apostou o ministro da Economia, durante o Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária "Brasil Export", realizado em Brasília. "Temos que ter confiança no Brasil. É um grande País, uma grande nação, com uma democracia que está funcionando", acrescentou.
Guedes disse que o Brasil terá crescimento de 3% por dez anos se continuar na plataforma de atuação do atual governo. "Esta mensagem é muito clara. É até singela porque está acontecendo repetidamente", disse.
Na sequência da apresentação, o ministro ainda aumentou sua projeção: "O Brasil pode crescer 3%, 3,5%, 4% por dez anos."
De acordo com ele, o Brasil está em tendência de crescimento, enquanto no exterior está a "maior confusão", uma época de grande turbulência. "Ficam falando de picanha e cerveja. Não têm noção do que aconteceu", disse, numa clara referência à campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência pelo PT, adversário do presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
O ministro disse também que o Brasil ficou em último lugar no Pisa, um relatório da OCDE sobre o desempenho da educação, com crescimento zero. Ele também reclamou do que chamou de uma má percepção sobre o que aconteceu com arquitetura fiscal. "Estamos em momento decisivo. Lá fora, está muito claro que Brasil é a maior fronteira aberta de investimentos", considerou.
Para Guedes, a moeda que mais valorizou contra o dólar hoje é a do Brasil. Ele ainda citou dados melhores do mercado de trabalho e falou sobre o cenário fiscal. "Falam em bomba fiscal de R$ 200 bilhões em 2023, mas temos reserva de liquidez de R$ 800 bilhões. O Brasil sabe enfrentar os problemas e está se saindo bem", avaliou.
O ministro da Economia rebateu também a ideia de que o atual governo de Jair Bolsonaro só pensa no mercado, e não nos vulneráveis. "Isso é fake news", afirmou.
E voltou a criticar a promessa de Lula, de que, se vencer, o povo voltará a se reunir para fazer churrasco e tomar cerveja. "Cerveja e picanha é versão colorida de governos anteriores", disse.
Ao contrário, segundo ele, houve no atual governo a maior transferência de renda, e dentro dos parâmetros da responsabilidade fiscal.
Paulo Guedes, garantiu que se reeleito, o atual governo não deixará ocorrer uma desindustrialização no Brasil. "Vamos acabar com o IPI na nossa reforma tributária", prometeu durante o Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária "Brasil Export", realizado em Brasília. De acordo com ele, foi no atual governo que ocorreu pela primeira vez uma abertura da economia em 30, 40 anos.
"Se o Brasil tem recursos, tem minérios, tem tudo, tem que dar um passo. "Vem aí outra avalanche, outra onda de investimentos em energia", previu Guedes.
O ministro também voltou a criticar as estatais. "Não podemos ser prisioneiros de estatais monopolistas verticalizadas. Quando estão com dificuldades, são estatais; quando querem estabelecer preço, são de mercado. Uma hora estão com uma fantasia e outra hora com outra. Queremos competição que é o jeito de haver prosperidade para a população", argumentou.
Para Guedes, o Brasil será uma das cinco maiores economias do mundo. "Não podemos interromper isso", disse, repetindo que o governo brasileiro é a maior imobiliária do planeta, além de citar valores das empresas estatais. "Vendemos R$ 260 bilhões em empresas, fora a privatização da Eletrobras. Gostaríamos de ter vendido mais", admitiu.
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