Economia

Para governo, PIB é 'robusto' e indica bom desempenho da economia no 2º semestre

A equipe econômica prevê que o bom desempenho deve continuar no segundo semestre

Ministério da Economia: Por ora, a previsão oficial segue em 1,5%, mas nos bastidores do Ministério da Economia e no Banco Central a expectativa é de uma revisão para cima (Adriano Machado/Reuters)

Ministério da Economia: Por ora, a previsão oficial segue em 1,5%, mas nos bastidores do Ministério da Economia e no Banco Central a expectativa é de uma revisão para cima (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de junho de 2022 às 15h17.

O Ministério da Economia considera que o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano é "robusto" e mostrou que a economia brasileira tem se mostrado resiliente. A equipe econômica prevê que o bom desempenho deve continuar no segundo semestre.

Para o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, secretário Rogerio Boueri, o resultado superou as expectativas e mostrou que as previsões do Ministério da Economia não eram super otimistas, como apontavam os críticos do governo e os analistas do mercado financeiro. Uma recessão em 2022 chegou a ser prevista por instituições financeiras, como o banco Itaú Unibanco.

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Segundo o secretário, o "ponto fraco" do PIB no primeiro trimestre, o desempenho do setor agropecuário, com queda de 0,9% deve se recuperar no segundo semestre. "As expectativas são boas para os próximos semestres e esse desempenho negativo possivelmente será revertido", afirmou Boueri, especialista no setor e que já foi subsecretário de Política Agrícola.

O chamado carregamento estatístico calculado pelo Ministério da Economia sugere que o crescimento deve ser de pelo menos 1,5% em 2022. Ou seja, mantendo a variação dos outros trimestres em zero o crescimento do PIB neste ano ficaria, no mínimo, nesse patamar.

Apesar das incertezas que marcam o cenário do segundo semestre com os efeitos retardados da política de juros altos do Banco Central mais dura para conter a inflação, o secretário disse que dificilmente esse quadro de crescimento se reverteria.

Na sua avaliação, os fundamentos da recuperação e a resiliência do Brasil aos dois choques (pandemia da covid-19 e guerra na Ucrânia) estão associados às medidas de consolidação fiscal já feitas pelo governo e de reformas.

"Temos várias medidas fiscais e de melhoria de alocação que podem explicar esse resiliência da economia e essa volta da economia. O retorno em 'V' vai sendo ultrapassado", disse ele, que destacou a importância da melhoria do mercado de trabalho.

Por ora, a previsão oficial segue em 1,5%, mas nos bastidores do Ministério da Economia e no Banco Central a expectativa é de uma revisão para cima. O governo só deverá rever a previsão do PIB no final de julho, quando terá que enviar ao Congresso um novo relatório de avaliação do Orçamento.

Subsecretário de Políticas Macroeconômicas da SPE, Fausto Vieira destacou que o PIB acumulado em quatro trimestres é de 4,7%, mostrando a maior expansão em 12 meses desde o terceiro trimestre de 2011. "Aponta a continuidade da retomada", disse ele.

Vieira ressaltou ainda o papel da melhora estrutural das contas públicas para esse desempenho e ponderou que o crescimento de longo prazo da economia brasileira depende fundamentalmente da consolidação fiscal (redução da relação dívida/PIB) e de uma importante agenda de reformas pró-mercado.

Os técnicos do governo reforçaram que o Brasil tem tido um crescimento mais rápido do que outros países. Em uma amostra de 18 países analisados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apresentada em nota técnica da Secretária de Política Econômica, com dados dos países que já divulgaram o resultado, mostrou o Brasil atrás apenas da China (1,3%) e do México (1,2%) - o País figura na nona posição em um ranking de 32 países compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating.

Os técnicos destacaram que a melhora da atividade no Brasil ocorre a despeito da deterioração nas projeções do PIB nas principais economias. A revisão baixista atinge as principais economias globais, com perda de fôlego em países como os Estados Unidos, China, Reino Unido, México e a região da Zona do Euro.

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