Economia

Para George Soros, China é a maior fonte de incerteza global

Megainvestidor diz que que os problemas da economia global são todos políticos e que a China terá que resolver uma contradição central do seu crescimento


	George Soros, megainvestidor, filantropo e fundador da Open Society
 (Getty Images)

George Soros, megainvestidor, filantropo e fundador da Open Society (Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 10h48.

São Paulo - Nem a Europa, nem o Japão, nem os Estados Unidos. Para George Soros, a maior incerteza que o mundo enfrenta atualmente é a futura direção da China.

Em artigo publicado no Project Syndicate, do qual é um dos fundadores, o megainvestidor diz que a economia chinesa sempre dependeu da repressão do consumo das famílias para financiar um modelo de exportação e investimento.

Isso levou a um aumento exponencial da dívida "que é insustentável por muito mais que uns dois anos".

Agora, o Partido Comunista precisa fazer reformas estruturais e partir para um novo modelo sem deixar a economia desacelerar demais ou a dívida explodir - um desafio e tanto.

Política

Não é só na China que o governo se vê em uma encruzilhada. Para Soros. "todos os problemas que pairam sobre a economia global são de caráter político".

No caso da União Europeia, ele diz que apesar do pior da crise financeira já ter ficado para trás, o euro ainda pode destruir o bloco por ter transformado o ideal de uma sociedade aberta numa mera relação desigual entre países credores e devedores.

Ele também alerta que as políticas de Angela Merkel estão inflamando movimentos extremistas no resto da Europa, da mesma forma que a insistência dos franceses por reparações depois da Primeira Guerra Mundial favoreceram a ascensão de Hitler.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaEmpresáriosgrandes-investidoresgeorge-sorosChinaUnião Europeia

Mais de Economia

Contra tarifaço de Trump, governo Lula contrata escritório de advocacia nos EUA por até US$ 3,5 mi

Inadimplência das famílias no crédito livre sobe a 6,5% em julho, maior patamar em mais de 12 anos

Taxa de juros deve permanecer elevada por 'período prolongado', afirma Galípolo

Haddad diz que isenção do IR deve ir a plenário após reunião de líderes da Câmara e Fazenda