Economia

Para Força Sindical, alta da Selic reduz consumo

Segundo central, ao elevar os juros básico da economia, "Copom ratifica o aperto monetário elevando, pela sétima vez consecutiva, a taxa básica de juros"

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, coordena reunião do Copom (Elza Fiúza/ABr)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, coordena reunião do Copom (Elza Fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 21h08.

São Paulo - A Força Sindical criticou na noite de desta quarta-feira, 15, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevar a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual, para 10,5% ao ano.

"Mais uma vez, o governo curva-se aos interesses dos especuladores. As consequências da elevação da taxa são mais do que notórias: redução do consumo, da produção e do emprego. A medida evidencia a falta de prioridade do governo com relação ao crescimento econômico e, sobretudo, com relação ao desenvolvimento econômico", afirma a Força em comunicado assinado pelo presidente Miguel Torres.

De acordo com a Força Sindical, ao elevar os juros básico da economia, "o Copom ratifica o aperto monetário elevando, pela sétima vez consecutiva, a taxa básica de juros" e "com isso, o Brasil ostenta a maior taxa de juros do mundo". "A política monetária precisa ser subordinada ao projeto de desenvolvimento do País, e não o contrário. Os resultados da indústria em 2013 foram decepcionantes, a produção industrial andou de lado, e nem ao menos recuperou a queda de 2012 (-2,7%). Essa mesma indústria, que tem um papel de dinamismo na economia, apresentou em 2013 o maior déficit comercial da história. Por outro lado, os trabalhadores já sentem os impactos dessa estagnação com a perda de empregos. A elevação da Taxa Selic agrava ainda mais o cenário, já pessimista, para 2014", afirma a nota da Força.

Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também criticou a decisão Copom. "Este sétimo aumento consecutivo da Selic é totalmente injustificável. A inflação média anual obtida nos três últimos anos é a mais baixa desde o Plano Real. O Copom perdeu uma boa oportunidade para estancar a alta dos juros que só atende ao apetite insaciável do mercado financeiro e do capital especulativo e prejudica os trabalhadores e a sociedade brasileira", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

"Se a inflação está controlada, não há motivos que justifiquem o pessimismo sobre os rumos da economia em 2014, como alardeiam as vozes enlouquecidas do mercado para pressionar o governo e levar vantagens", destaca. Para ele, "juros ainda mais altos encarecerão o crédito, freando a produção, o consumo e a geração de empregos e renda".

"Quem ganha com o aumento da Selic são os rentistas que aplicam em títulos da dívida pública indexados à Selic. Atualmente, segundo levantamento do Dieese, 20% estão nas mãos dos bancos e 24% são de fundos de investimentos controlados por instituições financeiras. Ou seja, é o sistema financeiro quem mais aufere ganhos com a elevação da Selic, mas nunca está satisfeito e sempre quer mais lucro", aponta o dirigente sindical.

O presidente da Contraf-CUT salienta ainda que, "com esse novo aumento da Selic, bilhões de reais serão transferidos para os donos dos títulos públicos, tirando recursos que deveriam ser canalizados para políticas sociais e de estímulo para o crescimento do país".

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroPolítica monetáriaSelicSindicatos

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China