Economia

Para UE, “todos que especulam contra o Euro vão pagar caro”

“Nenhum produto financeiro vai escapar de uma supervisão eficaz”, disse Michel Barnier, Comissário da UE


	Notas de euro: "não tínhamos boas ferramentas de governança”, reconheceu o Comissário da União Europeia Michel Barnier

	 
 (Leon Neal/AFP)

Notas de euro: "não tínhamos boas ferramentas de governança”, reconheceu o Comissário da União Europeia Michel Barnier   (Leon Neal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 17h28.

São Paulo – Para Michel Barnier, Comissário para o Mercado Interno e Serviços Financeiros da União Europeia, todos aqueles que especulam intelectualmente contra o euro, apostam no desaparecimento da moeda, terão que pagar caro. “Estamos determinados a preservar nossa moeda”, disse o Comissário, 

“Não é uma crise do Euro, é uma crise da Zona do Euro, onde a fragilidade desses ou daqueles países provocaram consequências sistêmicas. Uma coisa que foi revelada por essa crise é que não tínhamos boas ferramentas de governança”, disse Barnier. Para o comissário, com a moeda única, as políticas econômicas e orçamentárias devem ser coordenadas, não podem ser justapostas ou concorrentes entre elas. “É isso que estamos resolvendo”, disse o Comissário. 

“O que vocês veem não é crise do euro. O euro é uma moeda estável, forte”, disse Barnier. O Comissário reconheceu que algumas medidas deveriam ter sido tomadas antes, entre elas, a supervisão financeira. “Nenhum produto financeiro vai escapar de uma supervisão eficaz”, disse Barnier. A supervisão será exercida pelo Banco Central Europeu, ele trabalhará com supervisores nacionais, mas terá uma responsabilidade única e um manual comum de supervisão, segundo o Comissário. 

Barnier destacou que há um trunfo ainda não bem explorado na Europa, o do mercado único. “Esse mercado tem liberdade de circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais. Esse mercado é nossa grande chance", disse. 

Há dois anos foi constituída uma agenda de 60 medidas concretas para dar todo o seu potencial ao mercado único. “Decidimos relançar e fazer funcionar melhor esse mercado, buscando de maneira bem precisa onde estão os obstáculos”, disse. Segundo Barnier, seria possível obter entre 2% e 4% de crescimento suplementar. 

Protecionismo

Sem citar protecionismo, no final de sua apresentação, Barnier afirmou que o mercado único europeu não é fechado. “As empresas brasileiras são muito bem vindas na Europa, como esperamos que as nossas sejam bem vindas aqui”, disse. 

O Comissário defendeu que o mundo hoje é interdependente. “nos comportarmos bem do lado europeu, será progresso para o Brasil, se o Brasil se comportar bem será bom para as outras regiões do mundo”, disse. 

Barnier participou hoje do Seminário “O Euro e a União Financeira e econômica europeia”, realizado  pela BM&F Bovespa

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