Aeroporto: melhorias nos serviços de companhias aéreas devem ser cobradas pela Embratur (David McNew/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 22h08.
Rio de Janeiro - O presidente interino da Embratur, Paulo Guilherme de Araújo, classificou de "de baixa qualidade" o serviço aéreo prestado no Brasil e disse que o tema deve ser tratado pelo governo junto às companhias aéreas para não prejudicar o crescimento do turismo no Brasil.
As reclamações relativas a atraso de voos, cancelamentos, espera em aeroportos, preços de tarifas e atendimento inadequado são frequentes, segundo Araújo.
O tema também preocupa o governo num momento em que o país se prepara para sediar uma série de grandes eventos internacionais, como a Jornada Mundial da Juventude da Igreja Católica e a Copa das Confederações neste ano, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
"A qualidade do serviço aéreo é de baixa qualidade e isso é uma preocupação nossa", disse ele a jornalistas. "O primeiro contato do turista é com a companhia aérea. Se ele tem uma impressão ruim fica difícil." A Embratur e outros órgãos do governo federal pretendem se reunir com as principais companhias aéreas para cobrar um serviço de melhor qualidade aos usuários nacionais e estrangeiros.
O órgão é favorável à abertura do mercado brasileiro a companhias aéreas estrangeiras para aumentar a concorrência no país e possivelmente a qualidade do serviço e também tem mostrado preocupação com as altas tarifas praticadas por alguns hotéis que, também nesta segunda, Araújo chamou de "oportunismo".
RECORDE
Também nesta segunda, Araújo disse que a Embratur espera bater neste ano o recorde de turistas que veem ao Brasil, chegando aos 6 milhões ante os 5,7 milhões do ano passado, A meta do órgão é chegar a 10 milhões de turistas em 2020, mais um motivo para a preocupação com a qualidade dos serviços.
"Seis milhões é uma boa projeção, mas nosso potencial é ainda maior", disse.
Os argentinos continuam sendo os estrangeiros que mais visitam o país e só no ano passado foram cerca de 1,5 milhão de turistas.
Com a Europa em crise e os Estados Unidos em recuperação econômica, a estratégia da Embratur é focar mais na atração de turistas latino-americanos tendo em vista o calendário de grandes eventos no Brasil nos próximos anos.
"Reduzimos a quantidade de feiras na Europa e aumentamos ações nos nossos países vizinhos. É uma grande chance para a América do Sul", declarou.
A proximidade geográfica é o chamariz ao turista latino americano. Outros alvos no médio prazo são os turistas dos países em desenvolvimento do grupo dos Brics --que além do Brasil inclui Rússia, Índia, China e África do Sul--, disse Araújo.