Economia

Para comissário europeu, caso YPF não ameaça Mercosul

"O Mercosul é muito mais do que a Argentina", disse Joaquín Almunia

O anúncio da presidente argentina, Cristina Kirchner, de nacionalizar 51% das ações da YPF motivou duras críticas da Espanha, do FMI e da UE (Getty Images)

O anúncio da presidente argentina, Cristina Kirchner, de nacionalizar 51% das ações da YPF motivou duras críticas da Espanha, do FMI e da UE (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 18h51.

Rio de Janeiro - O comissário europeu de Concorrência, Joaquín Almunia, que está no Brasil, disse nesta terça-feira que a nacionalização da YPF pelo governo argentino violou as regras de proteção de investimentos com a Espanha, mas que este fato não irá prejudicar as negociações da União Europeia (UE) com o Mercosul.

O comissário europeu participa no Rio de Janeiro da 11ª Conferência Internacional sobre Concorrência. Em entrevista coletiva, Almunia acrescentou que a UE "observa com grande preocupação" a expropriação da companhia petrolífera e "deve reagir" para garantir a segurança jurídica das empresas europeias.

"Esperamos obter o mais rápido possível uma resposta positiva. Argentina quebrou as regras estabelecidas no acordo bilateral de proteção de investimentos com a Espanha", afirmou.

O interesse da UE na negociação com o Mercosul, integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, é "muito alto", prosseguiu Almunia, por isso o bloco comunitário fará "todo o possível para encontrar soluções".

"O Mercosul é muito mais do que a Argentina. (A nacionalização) não tem por que prejudicar outros países do Mercosul nem as relações do Mercosul com a UE", argumentou o comissário europeu. Para Almunia, o único prejudicado é o povo argentino e sua economia.

Almunia acrescentou que espera que "nos próximos meses" comece a discussão das condições de acesso aos respectivos mercados, o que considerou como "o momento decisivo" da negociação.

O anúncio da presidente argentina, Cristina Kirchner, de nacionalizar 51% das ações da YPF motivou duras críticas do governo espanhol, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e das autoridades da União Europeia. 

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