Economia

Para Cid Gomes, Dilma ficará pressionada se país não crescer

Governador disse que a presidente terá seu projeto de reeleição ameaçado caso o país não retome o crescimento econômico e a taxa de desemprego volte a subir

A presidente Dilma Rousseff (José Cruz/ABr)

A presidente Dilma Rousseff (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 16h43.

Brasília - Um dos poucos dirigentes do PSB que não tem estimulado uma candidatura do partido à Presidência em 2014, o governador do Ceará, Cid Gomes, disse nesta terça-feira que a presidente Dilma Rousseff terá seu projeto de reeleição ameaçado caso o país não retome o crescimento econômico e a taxa de desemprego volte a subir.

"2013 depende da economia, a economia tem de crescer. Ela (Dilma) tem de ter essa preocupação... sob pena de a gente ter uma queda maior que se traduza inclusive numa elevação do índice de desemprego", afirmou a jornalistas nesta terça após cerimônia no Palácio do Planalto.

Segundo ele, a popularidade do governo nas pesquisas é sustentada pela ampliação do mercado de trabalho e se esse quadro mudar os eleitores e os partidos aliados podem pensar em alternativas à reeleição da presidente.

"O povo não se importa com o PIB, é só um número, mas ele quer saber do emprego, da oportunidade", avaliou Gomes, que prefere que seu partido indique um vice para a chapa de reeleição de Dilma ou que aguarde para lançar um candidato próprio só em 2018.

Se os índices de emprego e crescimento forem ruins em 2013, Cid disse que "não tem dúvida" que alguns partidos aliados também podem não dar sustentação ao projeto de reeleição da presidente, porque não têm uma ligação ideológica com o atual governo. Ele não nominou os aliados que poderiam trocar de lado.

Desde as eleições municipais, quando PSB teve embates diretos com o PT, um aliado histórico, e conseguiu eleger mais de 400 prefeitos, incluindo cinco capitais, os socialistas têm feito articulações tentando abrir caminho para a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência.

No começo deste ano, Dilma e Campos, que preside o PSB, conversaram sobre as perspectivas eleitorais de ambos. Nesse encontro, a presidente afirmou que concorreria à reeleição e gostaria de contar com o apoio do PSB. Campos disse que o partido apoiaria o governo em 2013, mas que 2014 só poderia ser negociado em 2014, deixando aberta a possibilidade de concorrer contra Dilma.

Gomes disse que pessoalmente pretende apoiar a reeleição da presidente e que trabalhará para que o PSB adote a mesma posição, mas admitiu que há no partido a ambição de ter um candidato já em 2014.

"Eu defendo que como o partido cresceu pode ter o vice em 2014, já que o PMDB está no comando das duas Casas do Congresso... Mas isso vai depender da correlação de forças", disse Gomes. Essa possibilidade, porém, é considerada remota dentro do PT.

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