Economia

Para Bendine, 2015 deve marcar retomada da oferta de crédito

Segundo presidente do BB, o sistema financeiro vinha com um nível mais alto de calotes, mas depois dos ajustes feitos conseguiu mantê-los em um patamar menor


	Dinheiro: sobre inadimplência, presidente do BB disse que vê estabilidade no indicador do banco
 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Dinheiro: sobre inadimplência, presidente do BB disse que vê estabilidade no indicador do banco (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 15h17.

São Paulo - O exercício de 2015 deve marcar a retomada da oferta de crédito no Brasil apesar de ser um ano de ajustes, de acordo com o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.

"A perspectiva de crescimento do crédito está alinhada à agenda de infraestrutura. Devemos ter um maior desempenho do crédito de longo prazo e menor do consumo. É um ano de ajustes", disse ele, à imprensa, após almoço da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Sobre a inadimplência, Bendine disse que vê estabilidade no indicador do banco.

Segundo ele, o sistema financeiro vinha com um nível mais alto de calotes, mas depois dos ajustes feitos conseguiu mantê-los em um patamar menor.

"A curva de inadimplência do BB está reta com sazonalidade um pouquinho para cima ou para baixo na faixa dos 2% que é o nosso balizador. Não estou vendo nenhuma preocupação com a inadimplência. A tendência é de estabilização", afirmou o executivo.

Ele disse ainda que não vê redução no nível de emprego até porque a massa salarial tem se mantido.

Em relação à sua manutenção na presidência do BB ou a nomeação de outro executivo, Bendine afirmou que essa decisão fica a cargo do conselho de administração da instituição.

"Não tenho novidades sobre isso. Tenho de fechar o ano e apresentar um bom resultado", concluiu.

Cielo

De acordo com Bendine, a aprovação dos órgãos reguladores para a joint venture que o Banco do Brasil está fazendo com a Cielo na área de gestão de cartões pode vir em janeiro.

Ele lembrou, contudo, que o prazo do aval está a cargo do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Bendine afirmou ainda que, caso as aprovações para a joint venture com a Cielo saiam em janeiro, o impacto no lucro líquido do banco deverá vir no primeiro trimestre de 2015. Conforme comunicado ao mercado, o banco terá impacto positivo de R$ 3,2 bilhões.

A joint venture entre BB e Cielo em cartões está avaliada em R$ 11,6 bilhões. O banco público vai contribuir com R$ 3,5 bilhões em ativos e a adquirente com R$ 8,1 bilhões que virão de uma emissão de debêntures, segundo a companhia.

O montante total de recursos a ser emitido pela Cielo pode ser captado em diversos instrumentos de dívida, títulos de curto prazo como notas, cédulas de crédito bancário e também de longo, conforme fontes ouvidas pelo Broadcast.

Acordo Petrobras-Eletrobras

O presidente do BB disse ainda ver como uma grande oportunidade a iniciativa de a Petrobras ir a mercado para captar R$ 9 bilhões com o repasse de recebíveis da Eletrobras. "É uma oportunidade, não obstante a situação momentânea pela qual passa a empresa", disse Bendine. A operação da Petrobras envolvendo papéis da Eletrobras foi confirmada nesta quinta-feira pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Para Bendine, certamente os bancos mostrarão apetite pelos papéis, porque qualquer banco gostaria de ter em suas carteiras ativos de uma grande empresa como a Petrobras. Ele não nega que a estatal petrolífera encontrará dificuldades em acessar, neste momento, o mercado externo.

"A Petrobras continua sendo a maior empresa do Brasil, sólida e atraente. É uma empresa espetacular", disse, acrescentado que as dificuldades que a empresa enfrenta agora são mais por não ter divulgado o seu balanço do terceiro trimestre do que por seus números, que são bons. "Isso é que a impede ir ao mercado externo", disse.

Perguntado se acredita na possibilidade de os bancos públicos se interessarem mais em ajudar a Petrobras a estruturar a operação, Bendine disse não ver diferença entre a forma de os bancos públicos e privados olharem a Petrobras.

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