Atualmente, o Cruzeiro do Sul está com uma suspeita de um rombo de R$ 1,3 bilhão em operações de contabilidade irregulares (Reuters/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2012 às 08h35.
São Paulo - O Banco Central afirmou em um documento de agosto de 2010 que o Banco Cruzeiro do Sul era uma "grande lavanderia de dinheiro das mais diversas origens", segundo reportagem publicada na Folha de S. Paulo nesta terça-feira. De acordo com o jornal, dois anos antes de decretar a intervenção por irregularidades contábeis, o BC apurou que o fundo de investimento Clube Alta Liquidez, criado em 2001, possuía como cotistas pessoas sem condições financeiras para fazer as transações.
Segundo a Folha, entre os fundadores do clube está um ajudante de serviços gerais, que ganhava um salário mínimo na época, e um empregado que recebia R$ 800. No mês de agosto de 2001, foram depositados R$ 26,6 milhões no fundo de investimento do banco Cruzeiro do Sul. Desse valor, segundo os documentos apurados pelo jornal, só R$ 1,7 milhão foi aplicado no mercado financeiro. O restante foi repassado para pessoas físicas e agências de turismo.
O Cruzeiro do Sul se defende afirmando que conhece seus clientes. De acordo com a Folha, o processo prossegue no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O Banco Central afirmou em sua investigação que o fundo foi criado para acobertar uma movimentação financeira com interesses de terceiros e que houve "flagrante centalização de todos os negócios nas mãos dos diretores-executivos Luís Octáveio e Luís Felippe Índio da Costa. A instituição aplicou multa de R$ 200 mil que, segundo o jornal, o banco ainda recorre.
No dia 4 de junho, o BC novamente atuou sobre o Cruzeiro do Sul após a suspeita de um rombo de R$ 1,3 bilhão em operações de contabilidade irregulares. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) assumiu a administração, afastando os antigos gestores com uma intervenção.