Economia

Para Barbosa, ajuste passa por flutuação cambial maior

Segundo economista, ajuste na economia brasileira terá que contemplar maior flutuação do câmbio e aumento gradual da meta de superávit


	Economista Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda
 (Marcelo Camargo/ABr)

Economista Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 17h45.

São Paulo - Um ajuste na economia brasileira terá que contemplar maior flutuação do câmbio e aumento gradual da meta de superávit primário, disse nesta segunda-feira o economista e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa.

"O principal ajuste é promover uma flutuação maior do câmbio. Isso significa que o câmbio vai se depreciar um pouco mais e a medida da depreciação vai depender do quanto se avançar na questão fiscal", disse ele ao participar de evento realizado pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.

Barbosa, cujo nome é um dos que mais circulam no governo para suceder Guido Mantega no Ministério da Fazenda caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita, avaliou que um aumento rápido da meta fiscal não é sustentável.

"O primário tem que ir a um nível de 2 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) num período de 2 anos; no mínimo dois anos, talvez até mais", disse. Ele destacou que o mais importante nessa tarefa é melhorar a previsibilidade da política macroeconômica.

Mais cedo, ao participar do mesmo evento, Mantega havia dito que é preciso ter superávit primário maior em 2015 para que se dê suporte ao Banco Central para flexibilizar a política de juros no país.

A meta de superávit do próximo ano é de 114,7 bilhões de reais, correspondente a 2 por cento do PIB, já considerando o abatimento de 28,7 bilhões de reais em gastos com investimento.

Neste ano, a meta fiscal de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do PIB está ameaçada. Nos 12 meses encerrados em julho, essa economia de gastos para o pagamento dos juros da dívida pública estava em apenas 1,22 por cento do PIB.

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