Economia

Para Annan, reunião da OMC é chance para países pobres

O secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, revelou nesta sexta-feira (5/9) algumas expectativas da ONU em relação às negociações que serão colocadas em pauta na 5a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começa no próximo dia 10, em Cancun, no México. Annan disse que o encontro servirá para decidir se será […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h25.

O secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, revelou nesta sexta-feira (5/9) algumas expectativas da ONU em relação às negociações que serão colocadas em pauta na 5a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começa no próximo dia 10, em Cancun, no México. Annan disse que o encontro servirá para decidir se será dada aos países pobres uma chance real para negociar um caminho para vencer a pobreza. "As decisões que os ministros tomarão poderão fazer a diferença entre pobreza e fome absoluta --- ou talvez entre vida e morte para milhares de pessoas nos países pobres", declarou Annan.

Para o secretário-geral da ONU, duas questões cruciais deveriam fazer parte da agenda da OMC se a entidade quiser realmente ajudar os países pobres a diminuir a distância que os separa dos países desenvolvidos. A primeira delas é o acesso desses a medicamentos genéricos de combate a doenças letais como AIDS e malária. A segunda seria mais facilidade nas exportações de seus produtos agrícolas para os países ricos.

Quanto aos medicamentos, a OMC fechou no sábado (30/9) um acordo que permite que os países pobres importem medicamentos genéricos mais baratos, caso não sejam capazes de produzi-los internamente. Os países que venderão as drogas àqueles que necessitam só poderão quebrar a patente porque a OMC dará a eles o que chama de licença compulsória _mecanismo que permite que eles produzam os genéricos ao pagar aos laboratórios detentores das patentes royalties de baixo valor. "Precisamos agora trabalhar para que os países em desenvolvimento tenham o devido apoio para fazer uso do mecanismo e assim, tenham acesso às drogas que aliviarão o sofrimento de milhares de pessoas", afirmou Annan.

Nas negociações agrícolas, Annan criticou a postura dos países desenvolvidos. "Os países pobres sofrem pressão dos países ricos para abrir seus mercados, mas descobrem que muitos de seus produtos não conseguem entrar nos mercados desenvolvidos devido a tarifas e cotas protecionistas", disse Annan. Mas as críticas não pararam aí. O secretário geral da ONU afirmou que uma das práticas mais danosas feitas pelos países desenvolvidos é a concessão de subsídios aos produtores locais. "Eles puxam os preços dos produtos para baixo e tiram os produtores dos países pobres da jogada", disse ele. "Por isso, devem começar a ser suspendidos gradualmente o mais rápido possível".

Annan também afirmou que a concessão de micro-crédito também devem ser considerada ferramenta estratégica para reduzir a pobreza nos países em desenvolvimento. Num estudo recente preparado por Annan para ser apresentado na próxima Assembléia Geral da ONU, o micro-crédito é visto como uma maneira eficiente de redução de pobreza sobretudo para as mulheres.

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