Economia

Para Abeifa, apreciação cambial está fora do controle

Visconde afirmou que, no início do ano, trabalhava com o dólar entre R$ 3 e R$ 3,30 em 2015. "Trabalhar com R$ 3,80 ninguém imaginava", disse


	Dólares: em coletiva de imprensa para comentar o desempenho das marcas associadas à entidade em agosto, o executivo destacou que o setor está lidando com uma variação cambial de cerca de 70% nos últimos 12 meses encerrados em agosto
 (thinkstock)

Dólares: em coletiva de imprensa para comentar o desempenho das marcas associadas à entidade em agosto, o executivo destacou que o setor está lidando com uma variação cambial de cerca de 70% nos últimos 12 meses encerrados em agosto (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 14h44.

São Paulo - A variação cambial no Brasil está "totalmente fora do controle", o que faz com que os importadores de veículos no País vivam a tempestade "mais perfeita possível", avaliou nesta terça-feira, 8, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), Marcel Visconde.

Em coletiva de imprensa para comentar o desempenho das marcas associadas à entidade em agosto, o executivo destacou que o setor está lidando com uma variação cambial de cerca de 70% nos últimos 12 meses encerrados em agosto, principal motivo para aumento de custos.

Visconde afirmou que, no início do ano, trabalhava com o dólar entre R$ 3 e R$ 3,30 em 2015. "Trabalhar com R$ 3,80 ninguém imaginava", disse, lembrando que o atual patamar do câmbio é semelhante ao do início de 2003, quando o dólar disparou com a aversão do mercado após a posse do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o executivo, a apreciação do câmbio se junta às consequências da crise política e econômica, fazendo com que o setor viva "a crise da perda de confiança, da não motivação ao consumo e aumento de custos".

Para o presidente da Abeifa, todo esse cenário já não é mais uma "travessia", mas um "período de sobrevivência". Segundo ele, o momento é de "muita cautela", pois a travessia se torna mais longa a cada dia que passa. "Vamos ter de ter muita criatividade e sangue frio para passar por ela", disse.

O executivo prevê que, caso o governo não dê sinais claros de mudança, a crise poderá se prolongar até 2017. Para este ano, Visconde prefere não cravar projeção para os emplacamentos de importados.

"Se o mercado mantiver a queda de 30% acumulada até agosto, será uma conquista importante", afirmou.

A venda de veículos importados no Brasil em agosto caiu 15,9% ante julho e recuou 39,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

As 28 marcas associadas à entidade emplacaram 4.463 automóveis e comerciais leves fabricados fora do País. Com o resultado, os licenciamentos de importados acumulam queda de 30,3% neste ano até agosto em relação a igual período de 2014.

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