Economia

Para 71% da população, recuperação da economia só virá a partir de 2022

O levantamento aponta ainda um aumento de dez pontos porcentuais no pessimismo do brasileiro em um intervalo de nove meses

 (Cris Faga/Getty Images)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de abril de 2021 às 09h35.

Última atualização em 29 de abril de 2021 às 10h12.

O ritmo da vacinação no País e a percepção dos impactos da pandemia da covid-19 na economia aumentam o pessimismo do brasileiro e a maioria da população acredita que uma recuperação econômica só virá a partir do próximo ano.

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A pesquisa "Os brasileiros, a pandemia e o consumo", da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, mostra que 71% das pessoas consideram que a economia levará, pelo menos, um ano para se recuperar. O levantamento aponta ainda um aumento de dez pontos porcentuais no pessimismo do brasileiro em um intervalo de nove meses.

Na avaliação da CNI, esse sentimento tem reflexos sobre os hábitos de consumo e foi influenciado pela vacinação no País. De acordo com a pesquisa, 83% dos entrevistados consideram o ritmo da vacinação no Brasil lento e 35% das pessoas que ainda não foram imunizadas não têm expectativa de serem vacinadas este ano.

Segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 25 Estados, até segunda-feira, dia 26, 13 96% da população total do País tinha sido vacinada ao menos com a primeira dose do imunizante contra a covid-19, e apenas 6,2% tinham recebido a segunda dose.

"Só a imunização em massa da população contra a doença recolocará o Brasil no caminho da retomada da economia, do dinamismo do mercado consumidor e na rota dos investimentos. Mais importante, a rápida execução do Plano Nacional de Imunização - respeitando a ordem dos grupos prioritários - permitirá que a população brasileira possa, enfim, contar com a proteção contra essa doença que tem trazido enorme custo humano para o País e o mundo", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Emprego

Apesar do pessimismo com a recuperação econômica, a pesquisa mostrou um medo menor da população em perder o emprego do que em 2020. Em abril deste ano, 41% dos entrevistados disseram ter um medo grande ou muito grande de perder o emprego. Em julho de 2020, esse porcentual era de 45% e, em maio de 2020, 48%.

A renda, no entanto, diminuiu para 32% dos trabalhadores e 14% disseram que perderam totalmente a renda, nos últimos 12 meses. Para outros 41%, a renda ficou estável e 10% tiveram aumento. Ao serem questionados sobre as expectativas sobre sua renda para os próximos seis meses, 3% acreditam que perderão totalmente, 9% veem redução parcial e 83% consideram que não terão mudanças.

Com relação aos gastos, o levantamento aponta que, diante da crise e da pandemia, 71% afirmam que reduziram os gastos desde o início da pandemia. Os motivos apontados são: 30% perderam parte ou toda renda; 38% se dizem inseguros quanto ao futuro; 27% alegam o fechamento do comércio e; 5% não responderam. A CNI chama atenção para o fato de que cresceu a parcela da população que afirma que a redução de gastos será permanente. Entre os que disseram ter diminuído os gastos, 37% afirmam que o movimento é permanente. Há um ano, esse porcentual era de 29%.

A pesquisa revela também que a maior parcela da população vê necessidade de manutenção de alguns serviços abertos. A abertura do comércio de rua tem o apoio de 61% dos entrevistados. Em julho de 2020, o porcentual era de 49%.

Caiu de 72% para 49%, na comparação entre abril de 2021 e maio do ano passado, o porcentual de pessoas contrárias à abertura de escolas e universidades. Com relação a salões de beleza, 51% não aprovam (ante 57% de julho de 2020). No caso dos shoppings, 57% apoiam o fechamento ante 69% da edição anterior.

A pesquisa foi feita com 2.010 brasileiros, por telefone, entre os dias 16 e 20 de abril. A margem de erro do estudo é de 2 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa teve outras duas rodadas, em maio e julho do ano passado.

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