Economia

Para 13% das empresas, pandemia teve impacto positivo

Pesquisa do IBGE mostra, no entanto, que as maioria das empresas brasileiras sofreu com efeitos negativos

Comércio de Campinas, São Paulo: efeitos negativos foram percebidos por 70,1% das empresas de pequeno porte (Germano Lüders/Exame)

Comércio de Campinas, São Paulo: efeitos negativos foram percebidos por 70,1% das empresas de pequeno porte (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de julho de 2020 às 12h12.

Última atualização em 16 de julho de 2020 às 12h14.

Na primeira quinzena de junho, entre as 2,744 milhões de empresas em funcionamento no Brasil, 70,0% informaram que a pandemia do novo coronavírus teve um impacto negativo sobre os negócios. Por outro lado, 16,2% declararam que o efeito foi pequeno ou inexistente, enquanto 13,6% relataram um impacto positivo.

Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os efeitos negativos foram percebidos por 70,1% das empresas de pequeno porte, 66,1% das intermediárias e 69,7% das empresas de grande porte. Entre os setores, o impacto foi negativo para 74 4% das empresas de Serviços; 72,9% da Indústria; 72,6% da Construção; e 65,3% de Comércio.

A queda nas vendas ou serviços comercializados em decorrência da pandemia foi sentida por 70,7% das empresas em funcionamento na primeira quinzena de junho em relação a março, quando começaram as medidas de isolamento para combater a disseminação do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, 17,9% disseram que o efeito da pandemia foi pequeno ou inexistente sobre as vendas, e outros 10 6% afirmaram que perceberam um aumento nas vendas com a covid-19.

Houve queda nas vendas em 70,9% das companhias de pequeno porte, 62,9% das médias e 58,7% das grandes. Entre os setores, as vendas caíram em 73,1% das empresas de Construção, 71,9% de Serviços, 70,8% de Comércio e 65,3% da Indústria.

Em relação à produção, 63,0% das empresas enfrentaram dificuldade de fabricar produtos ou atender clientes, enquanto 29,9% relataram não ter havido alteração significativa e outros 6,9% tiveram facilidade.

Quando ao acesso a fornecedores, 60,8% relataram dificuldades, 30,2% informaram não ter existido alteração significativa, e 5 7% encontraram facilidade.

Sobre o caixa, 63,7% apontaram que tiveram dificuldades para realizar pagamentos de rotina, 33,1% das empresas não registraram alteração significativa e 2,3% afirmaram que encontraram facilidade.

O IBGE estimou que 1,2 milhão de empresas em funcionamento, uma fatia de 44,5%, adiaram o pagamento de impostos desde o início de março, sendo que 51,9% delas consideraram ter recebido apoio do governo na adoção dessa medida.

Aproximadamente 347,7 mil empresas em funcionamento na primeira quinzena de junho, 12,7% delas, conseguiram crédito emergencial para pagamento da folha salarial desde o início da pandemia. Desse total, 67,7% consideraram ter tido apoio do governo na adoção dessa medida.

Cerca de 32,9% das companhias alteraram o método de entrega de seus produtos ou serviços, o que inclui a mudança para serviços online, e 20,1% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos ou serviços desde o início da pandemia.

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