Panamá: França incluiu o país em sua lista de paraísos fiscais após o escândalo dos "Panama Papers", em 2016 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
AFP
Publicado em 9 de abril de 2018 às 19h55.
Última atualização em 9 de abril de 2018 às 19h56.
O governo do Panamá espera sair ainda neste ano da lista francesa de paraísos fiscais, na qual foi incluído após os escândalos dos "Panama Papers", devido à melhoria da relação entre os dois países, afirmou nesta segunda-feira (9) a chanceler panamenha, Isabel de Saint Malo.
A relação bilateral "melhorou", mas "não alcançamos o objetivo concreto, que é que o Panamá não esteja em uma lista da França", disse De Saint Malo em uma reunião com correspondentes da imprensa.
"Estou confiante de que este ano podemos conseguir (sair da lista). Certamente, é um objetivo concreto", acrescentou a chefe da diplomacia panamenha.
A França incluiu o Panamá em sua lista de paraísos fiscais após o escândalo dos "Panama Papers", um conjunto de documentos confidenciais de uma sociedade de advogados com detalhes sobre empresas de paraísos fiscais offshore em todo o mundo.
Algumas delas foram usadas para lavagem de capitais e evasão fiscal.
Após a publicação, o Panamá acelerou uma série de reformas em matéria de transparência para proteger seu sistema financeiro.
Contudo, Paris alega que apesar das leis e reformas, o Panamá não compartilha informações fiscais de franceses no país que estariam sendo investigados por lavagem de dinheiro.
O Panamá considera que os pedidos da França antes de incluí-lo na lista não podiam ser atendidos porque a legislação então vigente não permitia.
A petição francesa "não é coerente com o direito internacional", mas "esperamos que se resolva", apontou De Saint Malo, que negou que a França esteja pedindo agora ao Panamá, em meio aos diálogos entre os dois países, novas condições para tirar o Panamá da lista.
No fim de 2017, o Panamá também foi incluído na primeira lista de paraísos fiscais da União Europeia, mas em janeiro de 2018 o país centro-americano foi retirado.