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Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2010 às 21h13.
Antonio Palocci é um médico que aprendeu economia rápido. Ao final de dois anos no cargo de ministro da Fazenda, o ex-militante trotskista conduz a mais robusta expansão econômica do Brasil em uma década, segundo reportagem desta terça-feira (14/12) do jornal <i>The New York Times</i>. O diário americano lista as provas do sucesso: superávit comercial de quase 33 bilhões de dólares em 2004, o maior já registrado; crescimento econômico de 5,3%, o melhor desempenho desde 1994; e dívida pública caindo de 58% do Produto Interno Bruto, no final de 2003, para 53% (a primeira redução em uma década).</p>
Graças ao brilho da economia, diz a reportagem, mesmo as alas de esquerda do governo lentamente se aglutinaram em torno da posição pragmática de Palocci. SegundoThe New York Times, a onda de boas notícias solidificou a reputação de Palocci como o membro mais influente do ministério de Lula, posição anteriormente ocupada por José Dirceu, ministro da Casa Civil que "entrou em rota de colisão com Palocci por causa da política econômica". A reportagem explica que a influência de Dirceu começou a minguar quando um de seus assessores mais próximos, Waldomiro Diniz, foi incriminado em um escândalo de suborno em fevereiro.
Alguns economistas dizem que o acaso teve um grande papel no sucesso de Palocci. A recuperação econômica global e a enorme demanda por commodities pela China, como soja e minério de ferro, deram um impulso às exportações brasileiras. "Palocci ainda não foi testado sob situação de estresse", afirma Arturo Porzecanski, diretor de estratégia econômica e de dívida de mercados emergentes do ABN Amro em Nova York. "O vento não vai soprar sempre a favor deles, assim, eles têm de tirar vantagem da janela de oportunidade agora."