Londres - Os países ricos precisam destinar pelo menos US$ 400 bilhões por ano ao mundo em desenvolvimento até 2050 para ajudar a reduzir os gases do efeito estufa e combater as mudanças climáticas, segundo um estudo que aponta a necessidade de quadruplicar a ajuda prometida.
A soma anual exigida poderia chegar a US$ 2 trilhões, segundo o estudo realizado por acadêmicos de duas divisões da London School of Economics. Como comparação, os países mais ricos, incluindo EUA, Japão e membros da União Europeia, prometeram entregar um total anual de US$ 100 bilhões até 2020.
“As metas financeiras para o clima com as quais os países ricos se comprometeram são muito pouco ambiciosas”, escreveram os pesquisadores no estudo publicado na segunda-feira.
“As transferências nunca excedem 1 por cento a 2 por cento do produto interno bruto para países e regiões de alta renda em qualquer uma das projeções de modelo. É improvável que o custo para os países de alta renda, embora substancial, seja proibitivo”.
O financiamento do clima é um elemento-chave das negociações entre mais de 190 países que tentam elaborar até o final do ano um novo acordo para combate às mudanças climáticas, que entrará em vigor em 2020.
Os países em desenvolvimento argumentam que precisam do dinheiro para adotar medidas caras necessárias para reduzir as emissões e combater os efeitos do aumento das temperaturas que já estão sendo observados.
Entre esses efeitos estão a elevação dos níveis do mar, secas mais frequentes e ondas de calor.
Os autores do estudo examinaram os custos da redução das emissões dos gases de efeito estufa para um nível que frearia o aquecimento desde a Revolução Industrial até a meta de consenso global de 2 graus Celsius.
Eles elaboraram uma fórmula para distribuir os custos “de forma igualitária” de acordo com a produção econômica de cada país.
O estudo foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Grantham sobre Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, da LSE, e pelo Centro ESRC sobre Economia e Políticas para as Mudanças Climáticas, uma entidade de pesquisa mantida em conjunto pela LSE e pela Universidade de Leeds, do norte da Inglaterra.
-
1. Multiplicação das cabras
zoom_out_map
1/8 (Getty Images)
Um novo estudo, publicado na revista científica Oikos, mostra que dois fatores principais são importantes para a sobrevivência das cabras: as horas de claridade do dia e a temperatura. Para os caprinos da Escócia, que sofrem com o frio das áreas mais elevadas do norte do país, o
aquecimento global pode ser uma dádiva. A elevação das temperaturas parece estar tornando a vida um pouco mais fácil para os animais da região, que já começam a marcar território. O aumento da população de cabra selvagem e a mudança de seu habitat foi documentada pelo pesquisador britânico Robin Dunbar, da Universidade de Oxford e seu colega Jianbin Shi.
-
2. Adeus ao cafezinho
zoom_out_map
2/8 (Alex Silva)
O nosso querido cafezinho também corre riscos. Segundo uma nova pesquisa, publicada na revista científica Plos One, essa bebida tradicional pode sumir do cardápio dentro de 70 anos devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O estudo realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
-
3. Aumento de problemas cardíacos
zoom_out_map
3/8 (David Silverman/Getty Images)
É bom preparar o coração para as mudanças. Eventos climáticos extremos de calor e frio se tornarão mais comuns e isso vai colocar pressão sobre o coração das pessoas, dizem os cientistas. Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que a queda de temperatura de 1ºC em um único dia no Reino Unido está ligado ao aumento de 200 ataques cardíacos. Ondas de calor também geram efeito semelhante. Mais de 11 mil pessoas morreram por complicações cardíacas durante a onda de calor que atingiu a França na primeira metade de agosto de 2003, quando as temperaturas subiram para mais de 40ºC.
-
4. Queda na capacidade trabalho
zoom_out_map
4/8 (Getty Images)
Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%. Pior, a previsão é de que “estresse térmico” poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
-
5. Maratonas mais lentas
zoom_out_map
5/8 (Einar Hansen/ StockXchng)
Embora o tempo dos vencedores de maratonas tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas. Um estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.
-
6. Uvas não curtem calor, logo...
zoom_out_map
6/8 (Getty Images)
As uvas vinícolas são uma das culturas mais sensíveis ao calor, chuvas, incidências de sol e mudanças bruscas no clima. Não à toa, elas estão na mira do aquecimento global. Segundo estudos mais recentes, a produção de vinhos em regiões consagradas, como Bordeaux, na França, pode cair cerca de 60% até 2050. Em contrapartida, a mudança climática poderia também abrir outras partes do mundo para a produção de uvas, uma vez que os produtores teriam que procurar lugares mais altos e mais frios.
-
7. Mais metano, mais aquecimento
zoom_out_map
7/8 (Ian Joughin, University of Washington)
Os efeitos do aquecimento global, acredite, também podem gerar mais aquecimento global.
Estudo recente, publicado na revista Nature por uma equipe internacional de cientistas, mostrou que o degelo no continente antártico pode ser uma fonte importante, embora esquecida, de metano, um gás efeito estufa com potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o do CO2. Ou seja, o derretimento do gelo pode liberar milhões de toneladas desse gás na atmosfera e agravar o aquecimento global.
-
8. Guarda-chuva para os Pólos?
zoom_out_map
8/8 (Divulgação)