Economia

País não terá queda no emprego até novembro, diz ministro

Para Ronaldo Nogueira, a criação de 35.900 postos de trabalho no mês passado, indica consolidação do processo de recuperação do emprego

Emprego: a reação do emprego em julho foi liderada amplamente pela indústria (Paulo Whitaker/Reuters)

Emprego: a reação do emprego em julho foi liderada amplamente pela indústria (Paulo Whitaker/Reuters)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 18h15.

Brasília - O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, prevê que o mercado de trabalho criará novos postos de trabalho pelo resto do ano até o mês de novembro. A previsão foi feita durante a comemoração da criação de 35.900 empregos no mês passado.

"Com certeza, em agosto teremos números melhores que julho. O Brasil não terá mais números negativos até novembro. Os dados vão melhorar mês a mês", disse em entrevista coletiva, sem citar um número esperado para o ano.

Ao lado do ministro, o coordenador-geral de estatísticas do Ministério do Trabalho, Mario Magalhães, comentou que os dados de julho indicaram consolidação do processo de recuperação do emprego. "A partir de agora, a tendência é manter essa trajetória", disse.

O técnico reconheceu que o cenário "não é implacável" - especialmente diante do quadro macroeconômico ainda instável, mas explicou que a geração de empregos está cada vez mais disseminada entre os setores.

Após a reação do segmento agrícola no início do ano pela safra e a melhora do comércio por questões sazonais, há sinais mais fortes de melhora nos serviços e, agora, na indústria. "O cenário daqui para frente é positivo. Não falaria isso em julho de 2015 jamais", disse Magalhães.

Subsetores

Segundo Magalhães, a reação do emprego em julho foi liderada amplamente pela indústria. Dos 12 subsetores industriais, nove apresentaram resultados positivos na criação de empregos no mês passado. "O emprego na indústria mostra que a recuperação começa a se alastrar por todos os setores", disse.

O ânimo do Ministério do Trabalho está especialmente na característica da reação do emprego. Magalhães nota que os segmentos ligados ao crédito - como o de veículos e imobiliário - têm exibido números positivos.

Isso, segundo o técnico, mostra que brasileiros reduziram o endividamento e já estão tendo espaço para tomar novos créditos.

"Todos os economistas estavam esperando a recuperação da indústria porque até agora (até junho) havia ocorrido reação da agricultura e de parte dos serviços e comércio", disse. "Este mês traz como novidade a reação da indústria de transformação."

O técnico citou como exemplo as 2.282 vagas criadas no setor de material de transporte, como montadoras. "São vagas concentradas em São Paulo, onde a indústria metalúrgica também apresentou recuperação", disse.

Questionado, Magalhães comentou que parte dessa reação do emprego nas montadoras pode também ter relação com o aumento das exportações.

Problemas técnicos

Magalhães explicou que nem todos os dados do Caged foram divulgados nesta quarta-feira, 9, por "problemas técnicos no Dataprev" e também porque "houve antecipação da agenda" da divulgação.

"Houve problemas técnicos e antecipação de agenda. Por isso, a gente não conseguiu resolver os problemas técnicos a tempo que poderíamos ter resolvido com outra agenda", disse Magalhães.

Com a antecipação, o Dataprev não conseguiu, por exemplo, processar as declarações entregues fora do prazo. "Por isso, não temos a série histórica", disse.

Entre os dados não apresentados à imprensa, está o número de vagas criadas nos 12 meses até julho de 2017 - dado normalmente divulgado junto com o dado mensal.

Segundo o técnico do ministério, os indicadores que não foram anunciados nesta quarta-feira serão divulgados pela internet na próxima semana.

 

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