"O governo esteve (recentemente) em Londres justamente para promover o portfólio de oportunidades de investimento no Brasil, na área de infraestrutura", afirmou Tatiana Prazeres (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 13h58.
São Paulo - A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, informa que o governo pretende assinar acordos para atrair empresas estrangeiras para os processos de concessões.
"O governo esteve (recentemente) em Londres justamente para promover o portfólio de oportunidades de investimento no Brasil, na área de infraestrutura", afirmou a secretária nesta quarta-feira, 23, em referência aos processos de transferência à iniciativa privada de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias.
"Hoje de manhã se tratou disso com mais detalhes, e uma série de outras visitas que eles farão aqui no Brasil tem por foco permitir que se conheça melhor, com mais detalhes, os projetos para os quais buscamos atrair investimentos." As declarações da executiva foram dadas durante a sétima edição do Comitê Econômico de Comércio Conjunto Brasil/Reino Unido (Jetco, na sigla em inglês), em São Paulo.
Prazeres relatou ainda que o Brasil trabalha em uma "oferta na área de bens" para um futuro acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e disse esperar que o bloco europeu faça o mesmo.
"O MDIC trabalha para elaboração de uma oferta na área de bens. Essa negociação é de grande importância, é a principal negociação para um acordo de âmbito preferencial", afirmou. "Espero que a União Europeia tenha uma oferta para apresentar ao Mercosul para um acordo de livre comércio entre os dois blocos."
De acordo com a secretária, a facilitação de negócios bilaterais é a "chave" para a redução de custos no comércio exterior. Ela afirmou que, apesar da crise, Brasil e Reino Unido têm intensificado seus laços comerciais.
Tatiana mencionou ainda dois pontos cruciais para o Brasil: infraestrutura e educação. "São dois temas que o governo brasileiro tem que atacar", afirmou ela, dizendo que o Reino Unido tem muito a que contribuir.
Como exemplo, citou a experiência do Reino Unido com a tecnologia para o trem de alta velocidade e o intercâmbio proporcionado pelo programa Ciência Sem Fronteiras.
Também presente ao evento o ministro de Negócios, Inovação e Treinamento britânico, Vince Cable, concorda com as afirmações da secretária e declarou que os dois memorandos são "importantes para desenvolver o comércio bilateral, por meio de transparência nas regras tarifárias entre os dois países e inovação".
Mais cedo, os governos brasileiro e britânico assinaram dois memorandos de entendimento. Um sobre mecanismos de cooperação nas áreas de comércio, investimento, serviços, sustentabilidade, educação, padronização, pesquisa e inovação. E o outro para desenvolvimento da segunda versão do sistema de Consulta aos Acordos de Preferências Tarifárias (Capta).
Em entrevista à Agência Estado, o ministro britânico projetou um crescimento de dois dígitos nas exportações para o Brasil até 2015. Dados de 2010, segundo a assessoria do consulado britânico, apontam que esse fluxo atingiu 3,1 bilhões de libras.
"Esperamos um crescimento de dois dígitos, tanto no fluxo de investimento quanto no comércio", declarou Cable.